
A mulher de 22 anos que arremessou a filha de nove meses de um prédio em Santo Ângelo, no Noroeste gaúcho, vai responder em liberdade mediante cumprimento de medidas cautelares. Ela está internada na ala psiquiátrica do Hospital Regional das Missões desde o último domingo, data dos fatos, sem previsão de receber alta. A informação foi divulgada nesta terça-feira.
De acordo com o advogado Valdir Fontoura de Souza Júnior, que representa a mulher, o Ministério Público chegou a pedir a prisão preventiva dela, mas a Justiça negou a solicitação. Ao invés disso, atendeu ao pleito da defesa e concedeu liberdade provisória a ela, sob a condição de manter o tratamento psiquiátrico.
O advogado explicou que a mulher, quando sair do hospital, pretende morar na casa da mãe, em Santa Catarina. No estado vizinho, deverá continuar em acompanhamento terapêutico.
Também segundo Valdir Fontoura de Souza, ainda não há um diagnóstico preciso sobre a condição mental dela. No entanto, o advogado afirmou que a mulher já enfrentava um quadro de depressão profunda antes de arremessar a criança do edifício.
Relembre o caso
No último domingo, uma bebê de nove meses foi arremessado do segundo andar de um prédio em Santo Ângelo. A própria mãe teria lançado a criança através de uma janela, por meio da qual também saltou depois. Câmeras de segurança registraram o ocorrido.
De acordo com a Brigada Militar, o pai da menina estava em frente ao local e conseguiu agarrá-la antes que atingisse o solo. Na sequência, também segundo a corporação, a mãe pulou da sacada. Ela foi socorrida e encaminhada ao hospital com lesões no quadril e na perna esquerda.
A criança não sofreu ferimentos e permanece aos cuidados do pai. A Polícia Civil investiga o caso como tentativa de homicídio.
Leia a nota da defesa da mulher
Diante dos fatos recentemente noticiados, a defesa informa que nossa constituinte encontra-se internada em unidade psiquiátrica hospitalar, sob acompanhamento médico especializado, após episódio de intensa desorganização psíquica.
Tanto ela, quanto sua filha menor sobreviveram e seguem em recuperação. Em razão da natureza sensível dos fatos e do evidente estado de vulnerabilidade de todos os envolvidos, requer-se o mais absoluto sigilo, bem como o tratamento respeitoso e humanizado por parte da imprensa e da sociedade.
Confiamos que a apuração se dará com a devida responsabilidade, considerando o contexto clínico e jurídico da situação.
Valdir Fontoura de Souza Junior
OAB/RS 102.243
Matheus Fagundes Maurer
OAB/RS 136.071