
A música popular brasileira perde uma de suas vozes. Morreu nesta segunda-feira (8), no Rio de Janeiro, a cantora e compositora Ângela Ro Ro, aos 75 anos. A artista estava internada e havia passado recentemente por uma traqueostomia em julho. A notícia foi confirmada por Laninha Braga, ex-companheira que estava cuidando da cantora, e pelo produtor Paulinho Lima, amigo de longa data da artista. Angela teve uma parada cardíaca após um procedimento cirúrgico.
Dona de uma voz rouca inconfundível e de um repertório visceral, Ângela Ro Ro marcou gerações com canções que mesclam dor, amor e liberdade. Seu disco de estreia, lançado em 1979, é considerado um dos mais importantes da MPB e traz clássicos como “Amor, Meu Grande Amor”, “Tola Foi Você” e “Gota de Sangue”.
Ao longo de mais de quatro décadas de carreira, Ro Ro lançou diversos álbuns, participou de festivais e programas de TV, e nunca se furtou a dizer o que pensava. Foi também uma das primeiras artistas brasileiras a assumir publicamente sua homossexualidade, nos anos 1980, desafiando tabus e inspirando gerações com sua coragem e autenticidade.
Além da carreira musical, Ângela teve uma vida marcada por altos e baixos, enfrentando episódios de depressão, problemas de saúde e dificuldades financeiras, sempre com franqueza em entrevistas e redes sociais. Essa postura transparente e sem filtros contribuiu para que se tornasse não só uma artista respeitada, mas também uma figura cultuada por fãs que viam nela força, humanidade e sensibilidade.
A cantora deixa um legado de originalidade e intensidade. Suas letras, carregadas de emoção, continuam a ecoar como retratos sinceros da alma feminina e da experiência humana em sua forma mais crua.
Fonte: R7