
O Monitor do PIB-FGV mostra queda de 0,3% da atividade econômica em outubro na comparação com setembro, na análise da série com ajuste sazonal. Na comparação interanual, a economia cresceu 1,0% em outubro e 1,5% no trimestre findo em outubro. A taxa acumulada em 12 meses até outubro foi de 2,3%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre. Em termos monetários, a estimativa é que o PIB em valores correntes, no acumulado até outubro de 2025, tenha sido de R$ 10,530 trilhões.
“A economia seguiu em processo de desaceleração em outubro, com relação a setembro, ao retrair 0,3%. Pela ótica da produção, o desempenho da agropecuária e da indústria ajudam a explicar a queda na atividade econômica enquanto, pela ótica da demanda, os investimentos (formação bruta de capital fixo) e o consumo do governo contribuíram negativamente para o resultado. Apesar da perda de fôlego da economia, muito influenciada pelo patamar elevado da taxa de juros, ainda assim houve crescimento em componentes relevantes, como o setor de serviços e o consumo das famílias. Cabe registrar, contudo, que o espaço para o crescimento tem se mostrado cada vez mais reduzido, o que se refletiu no resultado de outubro sendo a segunda queda consecutiva na taxa mensal com relação ao mês imediatamente anterior”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
CONSUMO DAS FAMÍLIAS
Pelo terceiro trimestre móvel consecutivo, o consumo das famílias cresceu a taxas baixas próximo a 0%. O consumo de não duráveis e o de duráveis têm contribuído negativamente para o desempenho do componente, porém, o desempenho positivo no consumo de serviços e de semiduráveis compensaram estas quedas e sustentaram o total do consumo em terreno positivo.
A despeito da contribuição negativa do segmento de máquinas e equipamentos, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu no trimestre móvel findo em outubro devido ao crescimento observado na construção e em outros da FBCF.
A exportação se destaca pela trajetória ascendente de suas taxas de variação interanuais desde o 1º trimestre do ano, o que é explicado, em grande parte, pelos elevados crescimentos nas exportações de produtos agropecuários e da extrativa mineral. Além desses, praticamente todos os tipos de exportação tiveram contribuição positiva neste trimestre, sendo a única exceção as exportações de bens de capital.
As importações cresceram no trimestre móvel findo em outubro, principalmente pelo bom desempenho de bens de capital e bens de consumo. Com destaque negativo, foram observadas quedas nas importações de produtos da extrativa mineral, bens intermediários e serviços.