
Startups que desejam impulsionar seus negócios e ter contatos com empresas de todo o Brasil e de diferentes lugares do mundo poderão participar da maior feira de inovação industrial da América Latina. A Mercopar 2025, que acontecerá de 14 a 17 de outubro em Caxias do Sul (RS), está com inscrições abertas até o dia 07 de setembro para selecionar 60 startups (30 do RS e 30 de outros estados) que vão expor seus produtos e serviços no Espaço de Inovação da feira. A Mercopar é uma realização do Sebrae RS e do Sistema FIERGS.
Para a participação, é realizada uma avaliação que considera, entre outros fatores, que a empresa tenha um CNPJ e sede em território brasileiro; que esteja enquadrada como microempresa com faturamento bruto anual de até R$ 4,8 milhões ao ano; que não possua débitos em atraso com o estado do Rio Grande do Sul (Cadin/RS) – para o caso de startups gaúchas; e que a solução oferecida pela empresa seja aderente à temática da Mercopar, ou seja, ligada à indústria.
Susana Kakuta, diretora geral do Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS, comenta sobre a importância das startups, pois injetam inovação, agilidade e novas perspectivas na indústria, ajudando o setor a se manter competitivo. “Startups conseguem testar ideias, validar soluções e pivotar com rapidez, algo que grandes indústrias, com estruturas mais rígidas, geralmente têm mais dificuldade de fazer. Também introduzem novos modelos de negócios e são pioneiras na aplicação de tecnologias. A mentalidade mais criativa, colaborativa e centrada no cliente ajuda a indústria a repensar processos e a colocar o consumidor no centro”, avalia.
FASE
O público-alvo desta ação da Mercopar são startups em fase de operação – ou seja, ter um produto ou um MVP (mínimo produto viável) que esteja no mercado em busca de mais clientes e expansão da operação – ou tração – o que significa uma startup madura, em momento de crescimento de vendas, clientes e marketshare (participação de mercado). Segundo David dos Santos Viegas, analista de Projetos de Inovação do Sebrae RS, outro detalhe importante são as pontuações extras para empresas lideradas por membros de grupos minoritários da sociedade ou que valorizem em seu quadro funcional esses grupos.
Com isso, empresas ligadas à população negra, indígena ou LGBTQIAPN+, entre outras, terão uma oportunidade de expansão e visibilidade. “Isso começou em 2024 e neste ano decidimos continuar. Achamos interessante esse modelo, por questão de oportunizar negócios de forma igualitária. Nem todas as empresas têm capacidade financeira de participar de eventos como a Mercopar. Essa oportunidade facilita o acesso para essas startups e aumenta a densidade desses grupos minoritários na inovação”, explica o analista.
A presença de startups na Mercopar mostra como o evento se preocupa com inovação. Por isso, neste ano, haverá uma sessão de inovação destinada exclusivamente para essas 60 empresas selecionadas. “Esse é um dos pontos principais da feira: levar essas startups para negócios com grandes players, focadas no setor industrial. Os objetivos são conseguir agregar clientes e aumentar faturamento. Muitas vezes a geração de novos negócios é fator determinante para a sobrevivência dessas empresas. Temos casos de empresas que participaram em anos anteriores e triplicaram seu faturamento com as ações na Mercopar”, diz David Viegas.
Para Susana Kakuta, a Mercopar se torna um espaço no qual soluções disruptivas encontram indústrias em busca de competitividade, networking e parcerias estratégicas. “Ao se conectar com startups, a indústria tem acesso a soluções já testadas em pequena escala, o que acelera a inovação aberta e reduz custos e riscos de P&D interno”, conclui.