A expectativa do mercado financeiro para a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho é de uma alta de 0,2% em relação ao mês anterior, com uma alta acumulada de 5,32% nos últimos 12 meses. Será o sexto mês seguido de inflação estourando o teto de tolerância de 1,5 ponto percentual acima do centro da meta de 3% ao ano. O resultado oficial será divulgado nesta quinta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Neste caso, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá que escrever uma carta para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os fatores que elevaram o IPCA anual para acima de 4,5% durante os meses seguidos. Essa é a regra sob o novo regime de meta de inflação, que deixou de ser uma meta ano-calendário de janeiro a dezembro para uma meta contínua.
“Apesar do IPCA estar em desaceleração, isso não significa sinais positivos para o Copom. A inflação de serviços, especialmente os subjacentes e intensivos em mão-de-obra, continuarão pressionados, acima do índice cheio anualizado. É importante acompanhar essa métrica porque é um dos fatores que puxaram a inflação para cima, segundo o próprio Banco Central”, comenta o analista da plataforma Investing.com.
A expectativa é compartilhada pela equipe financeira do Banrisul. Entre os fatores a contribuir para a desaceleração da taxa mensal do indicador, devem se destacar uma provável retração de preços no item ‘alimentação no domicílio’ e a desaceleração de preços administrados, isso por conta da dissipação do aumento de medicamentos e da queda dos preços da gasolina, apesar do aumento de preços de energia elétrica diante do acionamento da bandeira tarifária vermelha – patamar 1 em junho.
Caso se confirme essa expectativa, a equipe do banco considera provável que as projeções de mercado para o IPCA em 2025 continuem exibindo alguma acomodação pouco acima dos 5%, o que deve reforçar o debate sobre o momento em que o Banco Central encontrará condições suficientes para iniciar um processo de normalização da taxa de juros no Brasil. Nossas projeções atuais contemplam um IPCA de 5,3% no ano corrente, com um primeiro corte na taxa Selic em dezembro deste ano.”