
A ANBIMA lança a nona edição do Finfluence, que monitora semestralmente as conversas sobre finanças nas principais plataformas digitais desde 2020. Pela primeira vez, o estudo indica quais as certificações os influenciadores que se destacam nos rankings têm. Trata-se de um passo adicional de transparência para o investidor, uma vez que as certificações são exigidas pelos reguladores para quem exerce uma série de atividades nos mercados financeiros e de capitais.
Elaborado em parceria com o Ibpad (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados), o relatório traz rankings gerais de pessoas físicas, em que cerca de 60% dos nomes da edição anterior retornam ao Top 10, mostrando estabilidade entre os criadores. O Primo Rico reassume a liderança, seguido por Economista Sincero e Bruno Perini. O semestre também marcou o retorno de influenciadores como Samy Dana, Riqueza em Dias, Pablo Spyer e Nath Finanças.
No grupo das organizações, metade dos perfis da edição passada manteve posição na lista, como InfoMoney, Valor Econômico, Banco Central, IstoÉ Dinheiro e Criptofácil. Houve renovação com a entrada de CNN Economia, Primo Cast, XP, Me Poupe! e BTG Pactual, reforçando maior dinamismo entre instituições. Os rankings por rede também registraram movimentos relevantes: O Primo Rico liderou no Instagram; Rafael Balboa, Economista Sincero e Rafael Zattar se destacaram no X; e Café com Ferri assumiu o primeiro lugar no YouTube; e Gustavo Cerbasi manteve liderança no Facebook
“Nesta edição, o Finfluence avança em transparência ao incorporar a verificação de certificações nos rankings, oferecendo mais clareza ao investidor sobre o ecossistema de influência financeira”, avalia Amanda Brum, CMO da ANBIMA. “Ao mesmo tempo, os resultados mostram um mercado mais estruturado: há estabilidade entre os principais criadores, renovação entre as organizações e movimentos relevantes por plataforma, refletindo a evolução e a profissionalização desse ambiente digital”.
FINANÇAS
No primeiro semestre de 2025, o estudo registrou 1,18 bilhão de interações, maior nível desde o início da série histórica, refletindo a consolidação das finanças pessoais no cotidiano dos usuários e no radar de marcas, instituições e criadores. O levantamento contabilizou 803 influenciadores, 1.750 perfis, 287,8 milhões de seguidores e 432,7 mil publicações. A produção aumentou e o engajamento total cresceu 11%, mas a média por post caiu 8,3%. A nova edição também reúne a evolução dos influenciadores ao longo dos últimos cinco anos, permitindo acompanhar mudanças no comportamento do público, na estrutura de nichos e na linguagem adotada pelos criadores.
Segundo Brum, o Finfluence mostra, semestre após semestre, que o interesse por finanças cresceu de maneira estrutural no Brasil. “Não se trata apenas de mais conteúdo: o público está mais atento, mais exigente e mais participativo. Isso reforça a importância de acompanhar esse ecossistema com rigor e transparência, entendendo como a influência digital molda hábitos, decisões e a relação do investidor com o mercado.”, afirma.
REDES
A análise por plataforma mostra que cada rede seguiu uma dinâmica própria. O YouTube ampliou volume de vídeos, número de seguidores e manteve o maior engajamento por publicação, que subiu 7,6%, consolidando a plataforma como referência para conteúdo financeiro. No Instagram, a audiência permaneceu elevada, mas menos propensa a interagir, o engajamento médio caiu 33,9%, mesmo diante do aumento expressivo de posts sobre economia e política.
Já o X, antigo Twitter, voltou a crescer em produção, após a suspensão determinada pelo STF no segundo semestre em 2024. No entanto, a estagnação da base de seguidores pressionou os índices de engajamento. Já o Facebook ganhou destaque graças às páginas corporativas, que impulsionaram o volume de posts e elevaram a média de interações, embora abaixo das outras plataformas.
“O comportamento das redes evidencia que não existe uma única lógica de consumo. Cada plataforma molda o tipo de conteúdo e o tipo de interação, e isso exige dos influenciadores uma estratégia muito mais refinada do que no passado”, explica Brum.