
A última Super Quarta do ano concentra as atenções dos mercados globais com foco nas decisões monetárias no Brasil e Estados Unidos. Ambas as autoridades monetárias, do Brasil e dos Estados Unidos, definem nesta quarta-feira, 10, os novos rumos dos juros, com apostas praticamente unânimes entre os analistas. No Brasil, a expectativa é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha a Selic em 15% ao ano, movimento amplamente sinalizado nas últimas atas e reforçado pelos dados recentes de inflação e atividade econômica.
Apesar disso, o elemento mais aguardado não é a decisão em si, mas as mensagens que o Banco Central deve transmitir no comunicado pós-reunião ou na ata do encontro a ser divulgada no próximo dia 16. “Aqui no Brasil, a percepção do mercado é praticamente unânime de que a Selic será mantida em 15%. Qualquer alteração nesse sentido seria uma surpresa e pegaria o mercado de forma desprevenida”, avalia Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve tende a seguir em direção oposta, com forte probabilidade de cortar os juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa para o intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano.
“No Brasil, o foco está principalmente sobre a comunicação do Banco Central. A retirada recente da expressão ‘tempo suficientemente prolongado’ das atas foi interpretada pelo mercado como uma abertura para iniciar cortes a qualquer momento. Com isso, já existem apostas para janeiro acontecer um corte de 0,25 ponto percentual, e outros, mais otimistas, vislumbrando até 0,50. Por isso, mais do que a decisão em si, o mercado estará atento à ata e ao tom da comunicação, que devem indicar a velocidade e a convicção desse possível movimento”, avalia Cunha.