
Familiares e amigos de Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, morto aos 12 anos em Porto Alegre, clamam por justiça. Com faixas e cartazes, eles se manifestam em frente ao Foro de Porto Alegre nesta segunda-feira, momentos antes do início da sessão na 1ª Vara do Júri. O julgamento ocorre quase uma década após o caso.
O réu, um tenente aposentado da Brigada Militar, é tio da vítima. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado e estupro de vulnerável. Responde em liberdade.
“Não quero vingança, apenas justiça. Sinto como se meu filho tivesse morrido de novo. As pessoas me abraçam e oferecem apoio, exatamente como ocorreu no dia do velório. Nos últimos nove anos, o pior de tudo é ficar sem ele”, disse Cátia Goulart, mãe de Andrei.
O crime ocorreu em 30 de novembro de 2016, na zona Sul da Capital. Foi inicialmente registrado como suicídio, sendo reaberto em 2020, após nova análise do Ministério Público (MPRS).
Conforme a denúncia, o tio teria cometido o crime para esconder os abusos sexuais que praticava contra o menino, que foi encontrado morto com um disparo na cabeça no apartamento da família. Na visão dos promotores Lúcia Helena Callegari e Eugênio Paes Amorim, à frente da acusação, a cena do crime foi manipulada para simular suicídio, dificultando a responsabilização do autor.
MPRS ouviu 20 testemunhas após retomar o caso. “Ao receber o inquérito, dediquei atenção redobrada, questionando-me sobre a veracidade dos fatos. Iniciei a investigação ouvindo pessoas e buscando provas para confirmar as alegações da mãe. E a verdade foi revelada. Houve a denúncia e agora o júri”, disse Lúcia Helena Callegari.
Fonte: Correio do Povo