
Atrasada e com custo mais elevado, a prefeitura de Porto Alegre promete entregar a maior parte das obras de revitalização do Viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, no Centro Histórico de Porto Alegre, até o final de 2025. Porém, a conclusão definitiva ficará apenas para janeiro de 2026, segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi). Prestes a acabar o ano, essa conclusão tornou-se uma corrida contra o tempo.
Em andamento desde novembro de 2022, o prazo inicial de conclusão era de um ano e seis meses – maio de 2024, quando Porto Alegre foi atingida pela enchente histórica. No entanto, já se passaram três anos. O titular da pasta, André Flores, afirma que a entrega deste ano é considerada “provisória” da obra, para ser feito então o recebimento definitivo até o final do mês de janeiro com os ajustes pontuais necessários.
O que ainda falta
Quem passa pela escadaria, vê que ainda há ladrilhos empilhados para serem colocados. Também, alguns trechos ainda estão bloqueados para acesso, como com tapume no alto da escadaria, próximo à Duque de Caxias. Duas pistas da Avenida Borges de Medeiros seguem interditadas para a passagem de pedestres. Atualmente, alguns cones sinalizam o pequeno espaço disponível no asfalto para acesso.
Segundo o secretário, a obra, executada pela empresa Concrejato, está na fase final de acabamentos. Considerados “arremates”, neste momento as principais frentes de trabalho estão concentradas na inserção do ladrilho em pontos que ainda faltam, na finalização do passeio público, da limpeza, como locais que foram pichados, e na revisão da iluminação cênica. A expectativa é de que, concluída a instalação dos ladrilhos, os acessos bloqueados na escadaria e na Borges de Medeiros sejam liberados.
Questões pontuais da obra que precisem ser ajustadas ficarão para janeiro, entre elas, desníveis, trechos do piso que não ficaram bem colocados, partes do Cirex que não tenham ficado com a mesma cor, limpeza e pontos elétricos que precisam ser melhor instalados, ou seja, o que precisaria ser requalificado, resume o secretário. “Mas a infraestrutura vai estar pronta, a iluminação toda vai estar ligada, a elétrica, a água e esgoto, o hidrossanitário, e a grama vai estar plantada”, pontua.
Questionado sobre o atraso, Flores justifica que o maior desafio da obra foi reconstituir as características históricas da estrutura, além de alguns imprevistos, como a ocupação do espaço e a situação do esgoto pluvial. A enchente também paralisou os trabalhos da equipe, que tinham trabalhadores de São Paulo e não conseguiram voltar, além dos fornecedores atingidos.
“É bastante desafiador fazer uma obra em um prédio histórico, como é o viaduto do Otávio Rocha, e reconstituindo as suas características históricas. Também tem um desafio de fazer uma obra num espaço aberto, onde circula tantas pessoas, tantos moradores, tantos comércios que continuam coexistindo com a obra”, afirma.
Obra ficou 45% mais cara
Além do atraso, os custos da obra, inicialmente previstos em R$ 13,7 milhões, aumentaram para R$ 19,7 milhões, ou seja, quase 45% maior. O secretário justifica que o valor aditivo foi feito para imprevistos da obra. Entre os exemplos citados, está a questão do ladrilho, que tinha a estimativa ser reaproveitado em 70% no projeto da obra. “Quando a gente foi retirar o piso, a gente viu que era impossível, pela quantidade concreta que tinha embaixo dele. A gente aproveitou cerca de 25% só. Aquela estimativa estava equivocada. Por isso, nós tivemos que aumentar o custo da instalação de ladrilho”.
Fonte: Leticia Pasuch/Correio do Povo