
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (14) estar “orgulhoso” do STF (Supremo Tribunal Federal) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados, na última quinta-feira (11).
Em artigo publicado no jornal New York Times (veja a íntegra abaixo), o petista classificou a decisão como “histórica” e destacou que o processo foi conduzido de acordo com as leis brasileiras.
“Tenho orgulho do Supremo Tribunal Federal por sua decisão histórica na quinta-feira, que salvaguarda nossas instituições e o Estado Democrático de Direito. Não se tratou de uma ‘caça às bruxas’. A decisão foi resultado de procedimentos conduzidos em conformidade com a Constituição Brasileira de 1988, promulgada após duas décadas de luta contra uma ditadura militar”, escreveu Lula.
Bolsonaro recebeu pena de 27 anos e três meses de prisão pela participação na trama golpista, com regime inicial fechado.
O petista publicou o texto, uma espécie de “carta aberta”, direcionado ao presidente dos EUA, Donald Trump. Ao longo de 10 parágrafos, Lula refuta os argumentos do republicano para impor o tarifaço de 50% a produtos brasileiros comprados pelos norte-americanos.
Ao anunciar a medida, em 9 de julho, uma das justificativas de Trump para a taxa foi uma suposta “caça às bruxas” sofrida por Bolsonaro.
Lula acusou o presidente dos EUA de usar o tarifaço para garantir “impunidade” ao ex-presidente brasileiro.
“O governo americano está usando tarifas e a Lei Magnitsky para buscar impunidade para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que orquestrou uma tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro de 2023, em um esforço para subverter a vontade popular expressa nas urnas”, criticou.
A Lei Magnitsky, uma legislação dos EUA, foi aplicada contra Moraes no fim de julho. É uma sanção econômica, que inclui o bloqueio de contas bancárias e de bens em solo norte-americano, além da proibição de entrada no país a acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.
Ao dirigir-se diretamente a Trump, Lula reforçou o desejo brasileiro de manter o diálogo com os EUA, mas destacou que “a democracia e a soberania do Brasil não estão em pauta”.