
Em Belém há uma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixará a capital paraense neste fim de semana em direção à Colômbia. O destino é Santa Marta, cidade mais antiga do país e localizada na costa do Caribe, onde participará da Cúpula Celac-UE (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e União Europeia) no domingo (9).
A expectativa é de que o presidente retorne a tempo da abertura da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), marcada para segunda-feira (10)
Embora os temas oficiais do encontro incluam comércio, transição ecológica, combate ao crime transnacional e segurança regional, a tensão entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e países latino-americanos, especialmente a Venezuela, deve dominar as discussões. A própria Colômbia também enfrenta sanções impostas por Washington.
Na terça-feira (4), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou que Lula pretende levar à reunião uma mensagem de apoio à Venezuela.
“É uma solidariedade regional à Venezuela, tendo em vista que o presidente repetidamente já disse que a posição da nossa política externa é de que América Latina, sobretudo, América do Sul, é uma região de paz e cooperação”, afirmou o chanceler.
Lula confirmou que o tema estará na pauta.
“Só tem sentido a reunião da Celac, neste momento, se a gente for discutir essa questão dos navios de guerra americanos aqui nos mares da América Latina. Tive oportunidade de conversar com o presidente Trump sobre esse assunto, dizendo para ele que a América Latina é uma zona de paz”, declarou em entrevista a agências internacionais.
Cúpula deve ter baixa presença de líderes
A Cúpula Celac-UE tende a ocorrer com participação reduzida. Dos 33 países membros da Celac e dos 27 da União Europeia, poucos chefes de Estado e de governo devem comparecer — entre eles, o próprio Lula, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Entre as ausências confirmadas estão a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o presidente francês, Emmanuel Macron. Todos estiveram no Brasil nesta semana para a Cúpula do Clima.
De forma oficial, os líderes justificaram a ausência afirmando que o encontro perdeu representatividade política. A quarta edição da Cúpula Celac-União Europeia deveria reunir cerca de 60 chefes de Estado e de governo.
Fontes diplomáticas, porém, indicam que o esvaziamento reflete o desconforto europeu diante da escalada de tensões na América Latina e da falta de consenso sobre uma posição comum da Europa frente à política externa dos Estados Unidos.
Outro motivo para a ausência de líderes regionais é a posse do novo presidente da Bolívia, Rodrigo Paz Pereira, que ocorre um dia antes do encontro. Alguns chefes de Estado decidiram priorizar a cerimônia no país andino.
A ida de Lula à Colômbia foi confirmada de última hora. Inicialmente, o presidente manteria agenda em Fernando de Noronha no dia da cúpula. Para representar o Brasil na posse boliviana, o vice-presidente Geraldo Alckmin foi escalado.
Fonte: R7