
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta sexta-feira (4) que, se tudo der certo, ele será o primeiro chefe do Executivo brasileiro a ser eleito quatro vezes.
“Tem gente que pensa que o governo já acabou, que já está pensando em eleição, eles não sabem o que eu estou pensando. Então, se preparem, porque se tudo tiver como estou pensando, esse país vai ter pela primeira vez um presidente eleito por quatro vezes”, afirmou, em agenda da Petrobras, no Rio de Janeiro.
Não é a primeira vez que o petista comenta a possibilidade de concorrer à reeleição em 2026, quando estará a poucos dias de completar 81 anos. Seria a sétima eleição presidencial de Lula — ele se elegeu deputado federal em 1986 e disputou os pleitos gerais de 1989, 1994, 1998, 2002, 2006 e 2022.
A fala foi feita em meio a declarações sobre a recente crise entre governo e Congresso Nacional (leia mais abaixo), devido a um decreto presidencial que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
“Quando tem uma divergência é bom, porque a gente senta na mesa, vai conversar e resolve. O governo pensa uma coisa, o Congresso está pensando outra, nós vamos resolver isso em uma mesa de negociação. Eu não quero nervosismo, porque eu só tenho um ano e meio de mandato”, acrescentou.
Em julho do ano passado, Lula admitiu a possibilidade de concorrer à reeleição para evitar a “extrema-direita” no poder.
À época, no entanto, o petista declarou não saber, ainda, se participará das eleições do próximo ano.
“A reeleição é uma coisa mais complicada, porque uma pessoa pode mentir para todo mundo, mas não pode mentir para si mesmo. A única possibilidade que eu tenho dito de voltar a concorrer a uma eleição é se ficar claro que a extrema-direita pode querer voltar neste país. E aí, sinceramente, se eu tiver com saúde, eu não vou deixar”, afirmou naquela ocasião.
Embate com o Congresso
O Legislativo derrubou o decreto de Lula em uma votação relâmpago e anunciada na véspera pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O governo alegou que o movimento rompeu um acordo feito dias antes entre Executivo e Legislativo. Em resposta, Lula decidiu levar a questão ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Nesta sexta, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Suprema Corte, suspendeu todos os efeitos dos decretos presidenciais que tratam do aumento do IOF e marcou, para 15 de julho, uma audiência de conciliação entre o Executivo e o Congresso Nacional.
O objetivo é conter a escalada da crise institucional provocada pelo embate entre os dois Poderes em torno do tema.
Na decisão, Moraes deu cinco dias para as duas partes — o governo federal e o Legislativo — apresentarem explicações formais sobre as medidas adotadas.
O Planalto deverá justificar o aumento das alíquotas do IOF, promovido por meio dos Decretos 12.466, 12.467 e 12.499/2025.
O Congresso terá de explicar os fundamentos do Decreto Legislativo 176/2025, que derrubou as medidas presidenciais.
Fonte: R7