Foi lançada, na manhã desta quinta-feira, Dia do Aviador, a pedra fundamental do AeroCITI, o Aerocentro Integrado de Tecnologia e Inovação, “aerotrópole” industrial e de inovação aeronáutica localizado em Guaíba, na região Metropolitana. Serão 1,5 mil empregos gerados no mega complexo industrial e serviços de 500 hectares da empresa Aeromot, e onde será construída a primeira aeronave de transporte movida a etanol do mundo, a AMT-X, com expectativa de ter um protótipo pronto em dois a três anos.
Em 2027, começa a produção sob licença da aeronave DA62 da empresa canadense Diamond Aircraft, e a entrega das primeiras unidades está prevista para o ano seguinte. Independentemente do estado das obras, já há mais de cem aviões do modelo comercializados no país. O complexo terá ainda um novo aeródromo regional com pista de 1.800 metros, fábrica de aeronaves leves certificadas, centros de pesquisa dedicados e um museu a céu aberto, praça, entre outros.
Ao todo, os investimentos somam R$ 3 bilhões no mesmo terreno onde, há três décadas, seria construída uma fábrica da Ford. O evento desta quinta contou com a presença do governador Eduardo Leite, do CEO da Aeromot, Guilherme Cunha, e demais autoridades. Foi anunciada ainda a parceria com oito instituições de ensino para atuar com ações dentro do complexo, assim como um protocolo de intenções com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), vinculado à Força Aérea Brasileira, para a associação ao empreendimento.
“Aqui estamos falando de um centro de inteligência, de desenvolvimento com empregos que vão consolidar a vocação do Rio Grande do Sul para a inovação, onde já somos líderes. Tudo isto vai colaborar para consolidar nossa posição, e tornar o RS cada vez mais referência em inovação em engenharia e tecnologia de ponta. Os empregos gerados aqui serão de alto nível, portanto com uma capacidade de geração de riqueza e estímulo ao conhecimento”, disse Leite, destacando ainda outros investimentos realizados na região Metropolitana em complexos tecnológicos e de energia.
O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, disse que houve empenho local em “não deixar esta oportunidade passar”. Nesta área, também estava previsto um presídio, mas houve uma grande luta da comunidade em não deixar isto acontecer. Temos aqui o maior polo logístico do Rio Grande do Sul, então nossa vocação nesta área é algo que chamou a atenção”, acrescentou.
“Este é um dia histórico, e precisamos comemorar este marco. Hoje, celebramos o espírito que moveu Santos Dumont a desafiar os limites do céu, o mesmo espírito que hoje nos inspira a olhar para o horizonte com determinação e propósito. A aviação sempre foi mais do que um transporte, ela representa integração, progresso e transformação”, disse Cunha.
“Hoje estamos vivendo uma revolução no setor, e o Brasil, com sua vocação inovadora e matriz energética limpa, tem tudo para ser o grande líder desta transformação global, e o Rio Grande do Sul sempre foi grande protagonista na parte da aviação, desde os tempos da saudosa Varig”, destacou ele ainda. A primeira fase do projeto, de cerca de R$ 1 bilhão, deve ocorrer nos próximos cinco a seis anos, com a fábrica, hangares, o centro de pesquisa, a área de inovação e praça. Os restantes R$ 2 bilhões serão nos quatro a cinco anos seguintes.
Fonte: Felipe Faleiro / Correio do Povo
