
A semana promete emoções para o mercado financeiro. No Brasil, o destaque é o PIB do segundo trimestre, além da divulgação dos primeiros dados de atividade econômica referentes ao terceiro trimestre do ano. A semana começa, nesta segunda-feira, 1º, com o tradicional Boletim Focus, com o mercado observando se a projeção do IPCA para 2027 continua a cair. Após semanas estabilizada em 4% ao ano, a última edição do Focus apresentou o primeiro recuo da estimativa do IPCA, para 3,97%.
A terça-feira. 2, é o dia mais importante para o calendário econômico do Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre será divulgado sob expectativa de desaceleração em relação aos três primeiros meses de 2025, reflexo da política monetária restritiva com a Selic a 15% ao ano.
Conforme Leandro Manzoni, da plataforma Investing.com, economistas do Banco Daycoval projetam expansão de 0,5% em relação ao trimestre anterior, com variação das estimativas de mercado entre 0,3% e 0,6%. Além disso, o crescimento em relação ao mesmo período do ano passado é projetado em 2,4% pelo banco.
No primeiro trimestre, o avanço havia sido de 1,4% e 2,9%, respectivamente. Na quarta-feira, 3, será divulgado o primeiro dado de atividade econômica do terceiro trimestre: a produção industrial, pelo IBGE, com expectativa de estabilidade na base mensal e avanço de 0,4% na comparação anual.
Na quinta-feira, 4, será a vez da balança comercial de julho. A projeção é de superávit de US$ 6 bilhões, abaixo do superávit de US$ 7,08 bilhões em junho. No acumulado em 12 meses, o resultado deve ser positivo em US$ 63,5 bilhões, o equivalente a 2,9% do PIB. Na sexta-feira, 5, o IBGE divulga os dados da inflação ao produtor de julho. O mercado acompanhará se a deflação persistiu ou se novos aumentos de preços foram registrados.
MERCADO DOS ESTADOS UNIDOS
Apesar do feriado na segunda-feira, 1, dados do mercado de trabalho de agosto nos EUA serão monitorados ao longo da semana. Cada divulgação será analisada de perto pelos investidores em busca de sinais de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) retome o corte de juros na reunião de 17 de setembro.
Os números podem ser decisivos para confirmar a retomada dos cortes de juros pelo Fed na reunião de setembro. Devido ao feriado, a divulgação da oferta de vagas JOLTS de julho ocorrerá na quarta-feira, 3, mesmo dia do Livro Bege do Fed. Na quinta-feira, 4, será a vez dos dados da criação de postos de trabalho no setor privado em agosto, apresentados pela ADP, além dos números de demissões da Challenger.
“A grande expectativa, no entanto, está na sexta-feira, 5, com a divulgação do relatório de empregos não agrícolas (payroll) e da taxa de desemprego. A perspectiva é de continuidade da desaceleração do mercado de trabalho, com previsão de criação de 78 mil vagas”, diz Manzoni.
Segundo ele, os investidores também observarão a revisão dos dados do payroll dos meses anteriores, após 258 mil postos de trabalho criados em maio e junho terem sido eliminados pela revisão do início de agosto. A taxa de desemprego esperada é de 4,3%, acima dos 4,2% de julho.
Os ganhos salariais por hora devem ter avançado 0,3% no mês, em linha com o divulgado anteriormente. Caso o número do payroll venha muito acima do projetado, é provável que as apostas de corte em setembro arrefeçam, transferindo a redução de juros para outubro.
Hoje, a probabilidade de corte de 25 pontos-base em setembro está em 84,4%, segundo o Monitor da Taxa de Juros do Fed do Investing.com. Dados em linha com as expectativas devem manter a projeção de corte em setembro, com possibilidade de um adicional em outubro ou dezembro. Já números abaixo do esperado podem abrir espaço para apostas em três cortes de 25 pontos-base nas reuniões restantes de 2025.