
O varejo óptico brasileiro registrou alta de 10% nas vendas em setembro de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior, alcançando faturamento de R$ 2,4 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Ópticas (Abióptica). O desempenho indica recuperação do consumo após um segundo semestre mais lento em 2024.
“Esse crescimento expressivo acontece porque no segundo semestre do ano passado tivemos desaceleração de consumo”, afirma Ambra Nobre Sinkoc, diretora Executiva da Abióptica. A executiva aponta que o setor tem reforçado ações comerciais, recompondo estoques e ampliando o lançamento de produtos, o que elevou o tíquete médio.
O segmento emprega cerca de 180 mil pessoas em mais de 71 mil pontos de venda. Em 2024, o varejo óptico movimentou R$ 27 bilhões, ante R$ 26 bilhões no ano anterior. Entre as redes que continuam expandindo no país, o Mercadão dos Óculos é uma das que mais ampliaram sua atuação territorial. Fundada em 2012 em São José do Rio Preto (SP), a marca superou 750 unidades e mantém abertura de lojas em diferentes regiões.
Em novembro, a rede inaugurou unidades em 13 cidades, incluindo Balneário Rincão (SC), Curvelo (MG), Natal (RN), Sinop (MT) e Campo Grande (MS). A expansão ocorre por meio de modelos de loja distintos: de operações compactas a formatos tradicionais, voltados para perfis variados de municípios.
“O avanço nos últimos anos está relacionado à adoção de formatos menores em cidades de pequeno porte, movimento que acompanha a interiorização das redes de varejo no país”, comenta Gustavo Freitas, CEO do Mercadão dos Óculos.
A marca também iniciou expansão em Portugal, onde opera três unidades próprias e começou a vender franquias com investimento mínimo de € 70 mil. Além disso, O Mercadão dos Óculos implantou um totem com recursos de inteligência artificial que realiza análise facial e mapeamento de visão para auxiliar na escolha de armações e lentes.
Para Fábio Guerra, especialista em negócios e franquias, a expansão do varejo óptico e das redes franqueadas reflete mudanças no comportamento do consumidor. “O cliente busca orientação mais técnica e segurança de procedência. Isso tem fortalecido formatos de loja que oferecem atendimento padronizado e produtos certificados”, afirma.
Guerra avalia que o setor tende a manter estabilidade em 2026, apoiado na demanda contínua por produtos ópticos e na ampliação de serviços associados. “É um mercado essencial e pouco sujeito a oscilações bruscas”, diz.