
O Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), em parceria com a FIA Business School, divulga hoje suas projeções para o desempenho do varejo ampliado no quarto trimestre de 2025. O estudo aponta retração de 1,25% em comparação ao mesmo período de 2024, com o setor enfrentando um cenário de juros elevados (58,44% ao ano para pessoas físicas) e inadimplência projetada em 7,10% para dezembro.
Apesar do ambiente desafiador, o relatório identifica oportunidades pontuais. O segmento de tecidos, vestuário e calçados lidera as projeções positivas com crescimento esperado de 8%, impulsionado pela sazonalidade de fim de ano. Artigos farmacológicos e perfumaria também demonstram resiliência, com alta projetada de 4,30%.
“O consumidor brasileiro está redefinindo prioridades em um contexto de crédito restrito e inflação persistente. Observamos uma clara migração do consumo para itens essenciais e compras planejadas, especialmente no período de festas’’, afirma Claudio Felisoni presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School.
IMPACTO
O estudo revela que bens duráveis e categorias ligadas ao crédito enfrentam as maiores dificuldades. Livros, jornais e papelaria lideram as quedas com retração projetada de 10,58%, seguidos por móveis e eletrodomésticos (-3,45%), combustíveis (-3,44%) e automóveis (-2,54%). As projeções baseiam-se em modelos econométricos que consideram variáveis como massa de rendimento real (crescimento de 5,35%), taxa de juros, volume de concessões de crédito e inadimplência.
O professor da FIA Business School e coordenador da pesquisa, Nuno Manoel Martins Dias Fouto, destaca: “A redução do prazo médio de concessões de crédito para 38,25 meses, combinada com taxas de juros recordes, criou um ambiente particularmente desafiador para produtos de maior ticket médio.”