
A inflação da alimentação fora do domicílio voltou a subir em outubro e reforçou a tendência de pressão contínua sobre os custos do setor de bares e restaurantes. Segundo dados da Associação Nacional de Restaurantes (ANR) com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE, o IPCA, os preços aumentaram 0,46% no mês, avanço que ficou acima da inflação geral do país, de 0,09%. O movimento marca o 47º mês consecutivo de crescimento nos preços, consolidando um ciclo prolongado de encarecimento para consumidores e operadores do setor.
A alta atingiu 14 das 16 unidades da federação pesquisadas. O Pará apresentou o maior aumento, com 1,3%, seguido por Rio Grande do Sul, com 0,9%, e Espírito Santo, com 0,8%. Entre os produtos que mais influenciaram o resultado mensal, o vinho avançou 1,2%, o cafezinho subiu 0,96% e o lanche teve alta de 0,75%. Já o sorvete e a cerveja registraram recuos de 1% e 0,08%, respectivamente.
No acumulado de janeiro a outubro, a alimentação fora do lar subiu 5,8%, enquanto o índice geral do país ficou em 3,7%. Todas as unidades da federação registraram aumento no período, com destaque para o Espírito Santo, que liderou a lista com alta de 7,9%, e o Acre, que apresentou o menor avanço, de 3,5%. Entre os produtos monitorados, o cafezinho acumula a maior variação do ano, com 15%, enquanto a cerveja registra o menor aumento, de 2,5%.
O comportamento dos preços ocorre em paralelo ao desempenho das vendas no setor. De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, compilada pela ANR, a receita real dos serviços de alimentação cresceu 2% em setembro em relação ao mesmo mês do ano passado, já descontada a inflação, registrando a segunda alta consecutiva. No período, o setor de serviços como um todo avançou 4%, alcançando seu 18º mês seguido de crescimento. No acumulado do ano até setembro, as receitas dos serviços de alimentação aumentaram 1,5%, contribuindo para o avanço de 2,8% da receita total do setor de serviços no país.