Houve uma desaceleração da inflação para as quatro primeiras classes de renda. É o que indica o Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) em seu Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda de junho. Já para as duas faixas de renda mais alta, a inflação observada no período ficou acima da registrada no mês anterior.
Para as famílias mais pobres, mesmo diante de uma alta nas tarifas de energia elétrica, a queda dos preços dos alimentos no domicílio gerou uma descompressão inflacionária, de modo que, para a faixa de renda muito baixa, a inflação recuou de 0,38%, em maio, para 0,20%, em junho. Em contrapartida, a inflação da faixa de renda alta avançou de 0,08%, em maio, para 0,28%, em junho, repercutindo os reajustes mais fortes do grupo transportes.
Apesar desse alívio inflacionário em junho, no acumulado do ano, a faixa de renda muito baixa é a que apresenta a maior inflação (3,2%), pressionada, especialmente, pelas altas de 3,6% dos preços dos alimentos no domicílio e de 7,0% da energia elétrica nos seis primeiros meses de 2025. Por sua vez, a faixa de renda alta é a que aponta a taxa menos elevada (2,6%), beneficiada pela queda de 27,9% das passagens aéreas. Já no acumulado de doze meses, a faixa de renda alta registra a maior inflação (5,4%), ao passo que o segmento de renda baixa apresenta a menor taxa (5,2%).
