
Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), com base nos números divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), apontam que as exportações do setor registraram incremento no primeiro semestre de 2025. Nos seis meses, foram embarcados ao exterior 52,7 milhões de pares, que geraram US$ 497,34 milhões, aumentos de 8,8% e de 3%, respectivamente, ante o mesmo intervalo do ano passado. No recorte de junho, as exportações também cresceram, alcançando 6,87 milhões de pares e US$ 70,17 milhões, crescimentos de 24,5% e de 11,2%, respectivamente, no comparativo com o mesmo mês de 2024.
Ressaltando que as exportações de junho cresceram acima do esperado para o mês de junho, o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destacou o bom desempenho das feiras internacionais apoiadas pela Abicalçados no primeiro semestre do ano e a busca por calçados alternativos aos asiáticos no mercado norte-americano em função da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. “O crescimento nas exportações foi puxado pelos Estados Unidos e também pela Colômbia, destino de quase 18% do total embarcado no mês de junho”, avalia o dirigente.
O maior exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul, com uma participação de quase 47% do total embarcado pelo País (em receita). No primeiro semestre, as exportações gaúchas somaram 15,96 milhões de pares e US$ 232,7 milhões, incremento de 4,4% em volume e queda de 0,9% em receita no comparativo com o mesmo período de 2025.
DESTINOS
Principal destino do calçado brasileiro no exterior, os Estados Unidos receberam, em junho, 1 milhão de pares brasileiros, pelos quais foram pagos US$ 20,76 milhões, crescimentos tanto em volume (+39,4%) quanto em receita (+25,4%) em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do semestre, as exportações para os Estados Unidos somaram 5,8 milhões de pares e US$ 111,8 milhões, incrementos de 13,5% e de 7,2%, respectivamente, ante o mesmo ínterim de 2024.
Na segunda posição entre os destinos do calçado nacional, a Argentina recebeu, em junho, 665 mil pares, pelos quais foram pagos US$ 10 milhões, quedas tanto em volume (-6%) quanto em receita (-20,3%) em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do semestre, os hermanos importaram 6,4 milhões de pares verde-amarelos por US$ 103,9 milhões, incrementos de 39% e de 12,6%, respectivamente, no comparativo com o mesmo intervalo de 2024.
A Colômbia surpreendeu em junho e assumiu o terceiro posto entre os destinos do calçado brasileiro no exterior. No mês seis, os colombianos importaram 1,23 milhão de pares verde-amarelos por US$ 4,34 milhões, elevações de 215,8% e de 210,3%, respectivamente, no comparativo com o mês correspondente do ano passado. No acumulado do semestre, as exportações brasileiras para o país andino somaram 4,3 milhões de pares e US$ 18 milhões, queda de 2,7% em volume e aumento de 4,4% em receita no comparativo com o mesmo intervalo de 2024.
Se por um lado, o setor está satisfeito com as exportações, por outro segue preocupado com as importações de calçados. No acumulado do primeiro semestre, as importações de calçados somaram 22,36 milhões de pares e US$ 271,84 milhões, aumentos tanto em volume (+19,4%) quanto em receita (+21,3%) em relação ao mesmo intervalo de 2024, ou seja, sobre uma base já elevada. No ano passado, as importações cresceram mais de 26% (em pares).
As principais origens das importações do primeiro semestre de 2025 foram a China (7,6 milhões de pares e US$ 23,4 milhões, incrementos de 6,6% e de 4%, respectivamente, ante o mesmo ínterim do ano passado); o Vietnã (6,5 milhões de pares e US$ 127,8 milhões, incrementos de 12% e de 20%); e Indonésia (4,3 milhões de pares e US$ 67,93 milhões, aumentos de 73% e de 58,5%).
Cabedais, saltos, solados, palmilhas etc – as importações do semestre também cresceram, somando o equivalente a US$ 22,17 milhões no semestre, 34,2% mais do que no mesmo intervalo de 2024. As principais origens foram a China, o Paraguai e o Vietnã.