
O Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados O Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, caiu para 11% em outubro – recuo de 0,9 ponto percentual em relação a setembro. É o menor nível registrado no ano e o terceiro mês consecutivo de estabilidade no abastecimento, impulsionado pela redução da ruptura em categorias essenciais como arroz, azeite, café e feijão. Em contraste, os ovos de aves foram os únicos itens que tiveram aumento na indisponibilidade no período.
“Existe uma queda no volume vendido nos varejos brasileiros, o que faz com os estoques girem mais devagar e, naturalmente, a indisponibilidade geral diminua”, avalia Robson Munhoz, Chief Relationship Strategist da Neogrid. “Somado a isso, grandes supermercados estão reorganizando seus mixes de produtos e enxugando itens de menor giro. Esses ajustes estão mais atrelados ao atual momento econômico do país do que a uma mudança estrutural no consumo.”
Ruptura das categorias que se destacaram em outubro de 2025 no Brasil:
Queda:
- Arroz: de 7,1% para 5,4% (-1,7 p.p.)
- Café: de 7,9% para 6,6% (-1,3 p.p.)
- Feijão: de 6,4% para 5,2% (-1,2 p.p.)
- Azeite: de 8,7% para 8,3% (-0,4 p.p.)
Aumento:
- Ovos: de 20,4% para 22,9% (2,5 p.p.)
Única categoria em alta em outubro, os ovos de aves assinalaram incremento de 2,5 p.p. – saltando de 20,4% em setembro para 22,9% nesta última listagem. Desde o início deste ano, a avicultura opera sob forte pressão, marcada por episódios como a crise aviária no segundo trimestre e o encarecimento das exportações após o reajuste das tarifas norte-americanas em agosto. No acumulado de 2025, a indisponibilidade do produto já avançou 16,2%.
Mesmo com um cenário doméstico desafiador, as exportações reagiram. Após três meses de declínio, o Brasil embarcou 2,37 mil toneladas em outubro, gerando receita de US$ 6,051 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume é 13,6% maior que o de outubro de 2024, e a arrecadação, 43,4% superior – o melhor resultado para o mês em nove anos.
Os preços apresentaram movimentos distintos conforme o tipo de embalagem. A caixa com seis unidades recuou de R$ 8,91 em setembro para R$ 8,66 em outubro, enquanto a de 12 unidades passou de R$ 12,16 para R$ 12,31 no período. Já as embalagens maiores, com 12 e 20 unidades, nesta ordem, variaram +1,23% e -8,62% respectivamente.
Arroz
O grão atingiu a contração mais expressiva do mês, passando de 7,1% em setembro para 5,4% em outubro (-1,7 p.p.) – o menor nível da categoria em 12 meses. O movimento veio acompanhado de retração nos preços médios em todas as variedades, com o arroz integral recuando de R$ 11,96 para R$ 11,61, ao passo que o tipo branco caiu de R$ 5,61 para R$ 5,50 no período.
Azeite
O azeite registrou recuo de 0,4 p.p. em outubro na comparação com o mês anterior, passando de 8,7% para 8,3%. A melhora veio acompanhada de alívio nos preços médios: o azeite de oliva extravirgem caiu de R$ 96,49 para R$ 94,73, enquanto a versão virgem baixou de R$ 77,97 para R$ 76,95.
Café
A ruptura do café caiu de 7,9% para 6,6% em outubro (−1,3 p.p.), marcando o segundo mês consecutivo de baixa e o menor índice obtido pela categoria nos últimos 12 meses. Apesar da melhora na disponibilidade de algumas marcas, os preços continuaram em alta: o café em pó avançou de R$ 85,82 para R$ 85,92; concomitantemente, a versão em grão subiu de R$ 141,00 para R$ 145,48 no período.
Feijão
O feijão apresentou queda de 1,2 p.p. na ruptura, passando de 6,4% em setembro para 5,2% em outubro. O mês foi marcado por oscilações nos preços entre as variedades: o feijão-vermelho recuou de R$ 11,15 para R$ 10,97, enquanto o feijão-branco caiu de R$ 11,03 para R$ 10,48. Já o feijão-preto variou de R$ 5,88 para R$ 5,89 e o tipo carioca saltou de R$ 6,92 para R$ 7,07.