O avanço da inadimplência no país, que já atinge mais de 70 milhões de brasileiros negativados segundo a CNDL e o SPC, está transformando o mercado imobiliário e impulsionando investimentos recordes em leilões de imóveis. De acordo com a Associação Brasileira dos Arrematantes de Imóveis (Abraim), as vendas nessa modalidade cresceram 24% em 2024, movimentando R$ 200 bilhões em ativos, com descontos que chegam a 60% do valor de mercado.
Esse crescimento reflete a busca por alternativas ao crédito tradicional, especialmente com a taxa Selic em 15% – o maior patamar desde 2006. A modalidade permite o uso do FGTS e oferece condições de financiamento próprio, tornando-se mais atrativa em um cenário de juros elevados. “O mercado criou condições excepcionais para negociação, com descontos significativos e retorno potencial acima da média”, afirma Gustavo Amaral, CEO da Zipin – hub especializado em conectar investidores a oportunidades imobiliárias – e presidente da Abraim. “Os leilões deixaram de ser exclusividade de especialistas e hoje atraem tanto investidores quanto famílias em busca da casa própria.”
O executivo destaca que a combinação entre inadimplência recorde e alta dos juros ampliou consideravelmente o número de imóveis disponíveis em leilão. “Quem compreende a dinâmica desse mercado consegue aproveitar os ciclos econômicos de forma estratégica, transformando um cenário desafiador em oportunidade”, conclui.