
O comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros (1º BBM) garantiu que a corporação tem estrutura para enfrentar incêndios de grandes proporções em Porto Alegre. Segundo o tenente-coronel Deoclides da Rosa, o reforço da viatura com escada mecânica, deslocada de Caxias do Sul após o fogo no Centro Histórico, ocorreu exclusivamente porque o equipamento da Capital está em manutenção. Não há prazo para o conserto.
Essas duas viaturas são as únicas do tipo no Rio Grande do Sul. Uma destas, mantida em Caxias do Sul, tem escada com 42,2 metros de altura para ações de incêndio e 40,7 metros para resgates, o que representa um prédio de 14 andares. Outra, presente em Porto Alegre, alcança alturas de 55 metros e 53,5 metros, similar a um edifício de 18 andares.
As máquinas são importadas da Alemanha e conhecidas como Magirus, que é o mesmo nome da empresa fabricante. O governo gaúcho investiu R$ 16,1 milhões nos dois exemplares, adquiridos em 2022.
De acordo com o comandante do 1º BBM, a viatura da Capital passa por reparos há quase três semanas. O processo de compra das peças, também importadas, é um dos fatos que atrasa a liberação.
“A Magirus é uma viatura sofisticada e muito complexa. Do mesmo modo, quando apresenta algum problema técnico, esses reparos também são bastante específicos. Além da avaliação seguir critérios rigorosos, ainda há o fato de as peças serem fabricadas na Alemanha. Não é um processo simples”, apontou Deoclides da Rosa.
O tenente-coronel também garante que, apesar da indisponibilidade da Magirus, o batalhão de Porto Alegre dispõe de frota com capacidade para atuação qualificada. “Temos equipamentos para atender toda a Capital e Região Metropolitana. São oito caminhões do tipo Auto Bomba Tanque (ABT) e uma viatura Auto Tanque, além do uso de estratégias e o potencial técnico do efetivo”, disse.
Ainda segundo o oficial, os estabelecimentos que ficam ao lado do imóvel que pegou fogo nessa quarta-feira têm Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). O documento do local onde as chamas começaram, entretanto, ainda pendia aprovação.
“Nossos procedimentos de PPCI são eficazes. O problema é que esse trabalho também depende da elaboração do parecer técnico de outros profissionais. Isso pode acabar atrasando as coisas”, avaliou o tenente-coronel Deoclides da Rosa.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a pasta não havia sido comunicada da indisponibilidade da escada Magirus na Capital antes dessa quarta. A reportagem contatou o titular da SSP, Mario Ikeda, porém, através de sua assessoria, ele recomendou que temas neste contexto fossem tratados unicamente com os bombeiros. O espaço permanece aberto ao secretário da Segurança.
Fonte: Marcel Horowitz / Correio do Povo