
Camila Cunha/CP
Nas ilhas de Porto Alegre, a água apresentou nova redução no nível na manhã desta sexta-feira. De acordo com a Defesa Civil Municipal, a marca aferida na Ilha da Pintada foi de 2,16 metros, abaixo da cota de inundação, de 2,20 metros, enquanto a cota de alerta é de 1,80 metro. É a primeira vez em semanas que isto ocorre, afirma o órgão. Às 6h, a medição manual na área havia sido no limite de 2,20 metro. Apesar desta diminuição, resultado da ausência de chuvas, há pontos em que ela ainda é bastante visível, como na Ilha do Pavão, próxima da Associação Vitória, na rua A, abaixo do viaduto da BR-290.
Por ali, somente é possível transitar de barco. “A Ilha do Pavão não está ganhando doação nenhuma”, disse a vice-presidente da associação, Cristina de Almeida Cardozo. O pouco que chega é rapidamente distribuído para a comunidade, mas itens como roupas e calçados infantis estão em falta. “As doações não estão conseguindo chegar, porque a rua foi feita mais baixa, e a água está invadindo as casas. O pessoal que mora abaixo da ponte já perdeu tudo, assim como muitas outras famílias”, comentou ela.
Além disto, fraldas infantis de todos os tamanhos, cobertores e leite também são demandados. Na sede da associação, havia na manhã desta sexta menos do que cinco cestas com itens de limpeza, higiene e alimentos. Uma caminhonete trouxe também uma cama com um colchão. Os moradores afirmam que as doações nunca mais chegaram ao que havia sido arrecadado nas enchente de 2024, e, por isso, a preocupação continua. “Estamos indo atrás para ver se conseguimos mais”, relatou ela.
Lideranças comunitárias locais ajudam na arrecadação de itens, porém há muitas famílias ainda necessitadas, mesmo com a ausência de água nas ruas, disseram elas. Em outros pontos do Arquipélago, a redução do nível do Guaíba já está mais visível, embora ainda haja resíduos nas ruas, recolhidos por equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e moradores locais. Na Ilha do Pavão, as doações podem ser entregues na própria Associação Vitória, enquanto na Ilha Grande dos Marinheiros, na rua João Inácio da Silveira, número 24.
Fonte: Felipe Faleiro/Correio do Povo