
O final de semana de empolgação, com a operação da Arena, terminou com um choque de realidade para o torcedor gremista. O jogo contra o Cruzeiro, e a goleada como foi, trouxe um fato desanimador: o Grêmio ainda está longe da turma dos melhores do futebol brasileiro. O esforço gigantesco na segunda etapa para esboçar uma reação parou na qualidade do time mineiro, que tem um Kaio Jorge artilheiro do Brasileirão. Sem comparações com o insatisfeito Arezo.
É claro que vamos encontrar falhas individuais e méritos do Cruzeiro. Mas é justamente na qualidade do elenco que pairam as maiores desconfianças. A oscilação e a constante impressão de que sempre há uma opção melhor no banco escancaram a precariedade do grupo.
Sem tempo, o Grêmio não pode apostar em jogador caro e incerto, como é o caso de Gustavo Cuéllar. Alex Santana mostrou que pode ajudar o time, principalmente na qualidade e na imposição física no meio. Cumpriu bem a função de volante, quase alinhado, mas um pouco mais à frente que Villasanti. Outra boa notícia é que, quando menos se espera, sai um bom talento do CT Hélio Dourado. Alysson é o da vez, e dá um pouco mais de certeza — sem essa de que o melhor é sempre o que não está jogando.
Será sempre uma linha muito tênue. O Grêmio vai se deparar com adversários que não deixarão dúvidas sobre sua capacidade atual, mas também passará a impressão de que está ajustado quase no máximo do que pode oferecer. A questão é saber se isso é bom ou ruim. Ou o resultado disso tudo. Há jogadores importantes para voltar, e alguns para chegar.
Ter uma posição apenas segura no Campeonato Brasileiro e tentar beliscar algo na Sul-Americana deverá ser a realidade do time de Mano Menezes até dezembro. Mas aí, talvez, a realidade já não soe tão chocante quanto os 4 a 1.