
A Assembleia Geral Ordinária da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), realizada nesta sexta-feira em sua sede, no Instituto Caldeira, em Porto Alegre, terminou com a promessa da contratação de uma assessoria técnica para realizar uma “análise aprofundada” da documentação da consulta pública do projeto de concessão para a iniciativa privada das rodovias estaduais do bloco 1, antes de uma posição formal ser emitida, segundo o presidente da associação e prefeito de Taquari, André Brito.
Os prefeitos também terão suas opiniões consultadas, acrescentou. “É preciso deixar claro que não somos contrários a pedágios, mas à forma como os valores serão cobrados”, afirmou ele. A concessão do bloco 1, que abrange oito rodovias da região Metropolitana, é tema que tem dividido opiniões, gerado críticas e resistência entre muitos chefes do Executivo, desde ao menos seu anúncio formal pelo governador Eduardo Leite, na última quarta-feira.
As ERSs a serem concedidas são a 020, 040, 115, 118, 235, 239, 466 e 474, que terão suas praças de pedágio eliminadas e substituídas por 23 pórticos do sistema free flow, com valores já definidos, variando entre R$ 2,24, na ERS 235, em Nova Petrópolis, e R$ 6,98, na ERS 020, em São Francisco de Paula, ambos os casos na Serra. O governo prevê publicar o edital do bloco 1 em março de 2026 e realizar o leilão em meados de junho.
Ao todo, serão ampliados 454 quilômetros desta via, com investimentos de R$ 6,41 bilhões ao longo de 30 anos, sendo R$ 4,86 bilhões na primeira década, e um aporte de R$ 1,5 bilhão do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs). Também será concedida desde o primeiro momento a futura ERS 010, a Rodovia do Progresso, a ser construída a partir da freeway, em Porto Alegre, à ERS 239, em Campo Bom.
Entre Porto Alegre e Balneário Pinhal, no Litoral Norte, o governo estima que o custo com o free flow ao motorista passa a R$ 17,73 em três pórticos na ERS 040; da Capital a Gramado, o custo passa a R$ 20,53 em cinco pórticos, excluindo a 010; ou R$ 25,77 ao passar por sete, incluindo a nova rodovia. Outra discussão da reunião foi a necessidade de atualização do Teto MAC da saúde, abrangendo serviços de média e alta complexidade algo que vem contribuindo para um déficit de R$ 285 milhões apenas às 15 prefeituras locais.
“Não estamos recebendo aquilo sobre o qual estamos fazendo. Vamos apresentar este levantamento já feito com os prefeitos ao Ministério da Saúde e buscar ao menos recompor aquilo já apurado”, disse o presidente do Consórcio da Granpal e prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata. Em meio a isto, segundo ele, haverá uma reunião com a bancada gaúcha de deputados federais como forma de conscientização sobre o problema.
Fonte: Correio do Povo