
Mais do que um registro técnico sobre a evolução das redes móveis, o livro 6G na Sexta, lançado durante a Futurecom 2025, apresenta-se como uma verdadeira provocação intelectual sobre o futuro da conectividade no Brasil e no mund 6G na Sexta o. Escrita por especialistas com décadas de experiência em telecomunicações – Wilson Cardoso, Alberto Boaventura, Vinicius Caram e Hermano Pinto – a obra não apenas reúne conhecimento consolidado, mas oferece as bases para compreender, questionar e participar da construção de um futuro em que a conectividade será cada vez mais decisiva.
O livro reúne 59 artigos publicados desde março de 2024 no projeto homônimo, que nasceu como um exercício coletivo de futurologia e imaginação tecnológica. Cada texto foi inspirado em tendências emergentes, pesquisas de ponta e reflexões vindas dos principais centros globais de inovação. Ao propor debates sobre cenários ainda incertos, os autores reforçam que “fazer futurologia é, por natureza, um ato de ousadia”: olhar além do horizonte, mesmo diante do nevoeiro das incertezas. “A ideia é dar sequência à essas reflexões até 2030, quando deve ser lançado o 6G no Brasil”, antecipa Wilson Cardoso, um dos autores da publicação.
Do 2G ao 6G
Ao longo de suas páginas, a obra percorre a trajetória das redes móveis e seus impactos sociais e econômicos. Do 2G, que popularizou as mensagens de texto, ao 5G, que inaugura uma nova era de conectividade em tempo real, cada salto tecnológico transformou setores inteiros da economia, da saúde à educação, da indústria ao entretenimento. Agora, diante da chegada do 6G, o desafio é compreender não apenas as promessas, mas também as consequências dessa nova fronteira.A publicação se consolida, assim, como um convite à reflexão e ao debate sobre o papel de cada indivíduo e instituição na construção desse futuro. Entre cenários de inovação, riscos e oportunidades, a obra busca inspirar profissionais, acadêmicos, gestores e cidadãos a enxergar além da tecnologia: compreender como a conectividade moldará a sociedade nas próximas décadas.
O livro chama atenção para a complexidade dessa transformação: a infraestrutura necessária exigirá avanços em materiais, energia e arquitetura de redes; a integração com inteligência artificial e computação quântica levanta questões éticas e de governança; e a hiperconectividade pode tanto ampliar desigualdades digitais quanto demandar novos modelos de segurança cibernética e regulamentações inéditas. Também está em pauta o impacto ambiental, que precisa ser considerado para que o progresso não comprometa a sustentabilidade.
Um dos autores, Wilson Cardoso, destaca três importantes pontos da que a publicação traz: uma visão tecnológica do que pode vir a ser o 6G; informações para a construção de políticas públicas para o desenvolvimento 6G para a inserção do Brasil no ecossistema global 6G e no uso do sistema no país futuramente. Os quatro autores, embora atuem em telecomunicações, o fazem em diferentes áreas, o que permite um trabalho ao mesmo tempo crítico e de consenso. Tentamos fazer uma associação tecnológica com o momento em que estamos escrevendo, mesclando o dia a dia com o futuro que pode ter cada nova tecnologia”, diz.