
Ao longo da manhã desta quarta-feira, líderes empresariais de todo o Estado e vice-presidentes regionais da Federasul debateram a concessão dos blocos 1 e 2 para fechar posição em relação aos projetos.
Sobre o recém anunciado bloco 1, que envolve a região Metropolitana, os empresários foram unânimes em rejeitar a medida. Entre os motivos da recusa estão o valor da tarifa (de R$ 0,21 por km); os locais de obras e possíveis riscos aos empreendedores. Além das discussões que os projetos geram impactos diferentes entre regiões.
Segundo o vice-presidente da regional Metropolitana e Delta do Jacuí, Darcy Zottis, apesar de o projeto atender aos pleitos da não inclusão de pedágio na ERS-118 e da construção da ERS-010, “o governo vem insistindo em colocar uma região contra a outra”. Isso porque as duas escolhas podem ampliar os custos para as demais regiões, como o Vale do Paranhana.
Com isso, os empresários pretendem discutir com o governo a retirada da ERS-118 do bloco para realização da duplicação, que teria um custo de R$ 130 milhões, com valores oriundos do Tesouro.
Em relação ao bloco 2, a decisão das regionais foi de apoiar a concessão – sendo rejeitada apenas por um voto, de Valdir Farias de Mattos, que representa a região do Vale do Rio dos Sinos e Caí.
Os argumentos são de que, apesar do valor tarifário não atingir aquele almejado, de R$ 0,14 por km (o dobro do que é pago hoje no Vale do Taquari, que está sob administração da EGR), a “modelagem do bloco 2 evoluiu muito”, afirmou o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa. Portanto, a aposta é de que, em um ambiente seguro economicamente, seja possível reduzir o valor da tarifa durante o leilão.
“Temos que assumir o risco, provocar a livre concorrência com vários fundos de investimento e participando da licitação do bloco para que se tenha uma redução agressiva e substancial da tarifa. Mas a região, e principalmente o Vale do Taquari, estuda o assunto tecnicamente há mais de 10 anos e sabe as consequências de não se ter as obras”, explicou o presidente.
Outro fator condicionante para o resultado, segundo Sousa Costa, foi o comprometimento do governo do Estado em rever o edital do bloco 1, caso haja ampla adesão a concessão do bloco 2.
O pedido, inclusive, é de que os empresários participem do roadshow, que é quando o governo deverá apresentar o projeto a potenciais investidores para explicar as regras, atrair interesse e tirar dúvidas antes do leilão de concessão.
Apesar disso, o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, contextualizou a manifestação do presidente da Federasul afirmando que o que foi realmente proposto é de que o Executivo está ciente de que o bloco 1 deverá exigir adaptações e “alterações profundas”.
“O que não poderíamos era alijar, no caso do bloco 1, a oportunidade de capturar o máximo de contribuições e contrariedades, mas que está na fosse contra a concessão do bloco”, afirmou.
Fonte: Flávia Simões / Correio do Povo