
O ex-tenente aposentado da Brigada Militar (BM), Jeverson Olmiro Lopes Goulart, de 60 anos, condenado a 46 anos de prisão por estupro e homicídio do sobrinho Andrei Goulart, de 12 anos, foi preso nesta terça-feira (23) no município de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Ele estava foragido há quase dois meses, desde a sentença proferida no fim de outubro.
A prisão foi confirmada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ). A ação ocorreu de forma conjunta entre a Subsecretaria de Inteligência da PMERJ, a Brigada Militar gaúcha e o Disque-Denúncia fluminense. O condenado foi localizado em uma pousada no Parque Mambucaba e encaminhado à 166ª Delegacia de Polícia.
Goulart havia sido condenado em 28 de outubro, após julgamento realizado por chamada de vídeo, com transmissão do apartamento onde morava, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Ele recebeu autorização judicial para responder ao processo fora do Rio Grande do Sul sob a alegação de risco à sua integridade física. Após a condenação, fugiu antes do cumprimento do mandado de prisão.
No início de dezembro, familiares da vítima chegaram a realizar um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), em Porto Alegre, cobrando a prisão do foragido. Segundo o Ministério Público gaúcho (MPRS), uma ação para cumprimento do mandado chegou a ser planejada para o dia seguinte ao júri, em articulação com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), mas acabou adiada em razão da grande operação policial no Rio, que resultou na morte de centenas de pessoas. Quando a diligência foi retomada, o condenado já não se encontrava no endereço conhecido.
O crime ocorreu em novembro de 2016, na zona Sul de Porto Alegre. À época, a morte do menino chegou a ser registrada como suicídio. O caso foi reaberto pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul em 2020, que sustentou que a cena teria sido manipulada para ocultar abusos sexuais e garantir a impunidade do autor. O júri entendeu pela responsabilidade do réu, que respondeu ao processo em liberdade até a condenação.
A defesa sempre negou a prática dos crimes e, após o julgamento, afirmou que ainda há recurso pendente. Com a prisão realizada nesta terça-feira, o condenado fica agora à disposição da Justiça para o cumprimento da pena.
Fonte: Guilherme Sperafico/Correio do Povo