O humorista gaúcho condenado a 18 anos, 4 meses e 15 dias de prisão pelo crime de estupro de vulnerável, se manifestou pela primeira vez após a decisão da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). Em vídeo publicado nas redes sociais no fim de semana, ele disse que “sempre quis falar sobre o assunto” e declarou manter confiança na Justiça.
“Além de ser absolvido por não ter provas, eu fui absolvido por ter participado de todas as provas. Provas que eu incentivei a fazer. Eu incentivei toda a situação dizendo, já que estão falando alguma coisa de mim, por favor, pesquisem a minha vida e me deem ferramentas, situações e testes, o que for necessário para eu participar”, disse.
O réu disse ainda que se manteve em silêncio até agora por conta do segredo de Justiça que envolve o processo. “Eu sempre quis falar, só que eu não falava antes porque era um sigilo, assim como é um sigilo até hoje e que hoje foi quebrado, mas não pela gente. Mas o mais importante de tudo é que eu sempre quis falar sobre isso”, declarou.
O humorista também relatou que seus filhos e familiares têm sido sua principal fonte de apoio. “Todos eu assumi, de forma de registro, mas principalmente de amor e acolhimento. Eles são a minha força”, disse.
Na manifestação, ele também considerou como “uma grande prova” o momento que está passando. “Eu vou seguir caminhando de peito aberto e cabeça erguida, porque quem não deve não teme”, afirmou.
Com relação à repercussão do caso, o réu diz que vem recebendo carinho de “99% das pessoas” e disse que a exceção é de quem “compra manchete sem ver a história” e não quer saber o que houve. Também relatou preocupação de sua mãe ao lidar com o caso e finalizou reforçando acreditar na reversão da condenação. “Eu continuo acreditando na Justiça. A justiça divina é certa, mas na dos homens eu continuo acreditando com todas as minhas forças”, concluiu.
Recurso da defesa
A defesa já havia anunciado que recorrerá da decisão. Em nota, os advogados sustentaram que a condenação contrariou provas produzidas em juízo e reforçaram a convicção na inocência do réu. O processo, que corre em segredo de justiça, já tramita há mais de quatro anos.
Os advogados da vítima, por sua vez, classificaram a decisão como “histórica” e afirmaram que a condenação representa um marco na resposta da Justiça a casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.
O Tribunal de Justiça confirmou o julgamento, mas informou que, em razão do segredo de justiça, não pode fornecer detalhes adicionais. Como forma de preservar a identidade da vítima, que é menor de idade, e respeitando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Correio do Povo não divulgará o nome do réu.
Fonte: Correio do Povo