
Eduarda Rosa Corrêa, de 23 anos, disse que está bem, apesar de ainda sentir dores por ter passado mais de duas horas debaixo da carga de serragem do caminhão que tombou sobre seu carro na alça de acesso da BR 448, em Porto Alegre. A estudante de biomedicina atualizou seu estado de saúde nesta sexta-feira, três dias após o acidente, por mensagem de áudio.
A jovem está internada no Hospital Nora Teixeira, com previsão de sair da UTI e ir para um leito no turno da tarde. Antes de ser transferida ao complexo da Santa Casa, na noite de quarta, ficou na emergência do Hospital Cristo Redentor.
Duda, como é chamada por amigos e familiares, fez questão de reconhecer o trabalho dos profissionais que atuaram na ocorrência. Ela afirmou que as equipes se revezaram para segurar sua mão durante todo o tempo em que esteve soterrada.
“Agradeço aos bombeiros, policiais e médicos. O trabalho deles foi um dos vários motivos que me fizeram sobreviver. Eles se revezaram para segurar minha mão e, assim, me deixaram o mais calma possível. Ninguém me soltou em nenhum momento”, relembrou.
Duda ainda não tem previsão de alta. Os novos exames de sangue apresentaram resultados melhores do que os anteriores, mas seguem com alteração. Ela também sente dores intensas no corpo e recebe medicação intravenosa.
Apesar disso, não sofreu lesões graves. Ela consegue se alimentar, caminhar e conversar normalmente, apenas precisa de um pouco de ajuda para levantar. Destacou o apoio do noivo Gabriel Zanettin e dos pais no processo de recuperação.
”Obviamente, estou com muitas dores no corpo e na cabeça. Fiquei muito tempo sendo pressionada durante o acidente. Mas estou caminhando e não tive nenhuma fratura, nem outro problema mais sério. Gabriel não saiu do meu lado em nenhum momento, assim como os meus pais. Estou bem e agradeço todas as pessoas que enviaram energias positivas e dedicaram um pouquinho do tempo delas para pensar em mim. Isso fez bastante diferença, com certeza. Ainda não entendi direito o que ocorreu, vou levar um tempo para processar tudo isso. Estou viva, não sei como. O mais importante é que tenho todas essas pessoas e amigos orando por mim”, disse.
Também refletiu sobre o acidente. “Sei que tudo será visto com calma, mas fico pensado: a que ponto vale a imprudência para chegar um minuto mais cedo? Será que vale a vida de outra pessoa? Hoje estou aqui, mas a história poderia ter sido diferente. Sou grata por ter sobrevivido e por estar bem.”
Moradores de Canoas, na Região Metropolitana, os noivos têm cerimônia de casamento marcada para o dia 1º de novembro. Antes do acidente, Duda havia deixado o companheiro na Arena do Grêmio, onde ele trabalha na área de comunicação e design gráfico. Depois, seguiu de carro à Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e fez uma prova. Após o exame, guiava rumo a Nova Santa Rita, onde vivem os pais e a irmã dela, quando ocorreram os fatos.
Fonte: Marcel Horowitz / Correio do Povo