Gre-Nal 448 põe frente a frente duas equipes que vivem momentos ruins, mas a expectativa de um é sensivelmente maior

Um pouco antes de Marcelo de Lima Henrique apitar o início do clássico no Beira-Rio, uma simples e preguiçosa espiada na tabela do Brasileirão já esclarece a situação de Inter e Grêmio. Aprofundando mais, ao analisar o desempenho de ambos e a insistência nos problemas coletivos, fica óbvio que a má fase assola os dois lados de Porto Alegre.
Faz parte da tradição deste que é o clássico de maior rivalidade do país apontar favoritos — sempre deixando claro que, no Gre-Nal, prever empate é quase proibido. Ainda assim, imagino um zero a zero daqueles bem truncados. Espero estar errado.
Se olharmos para o passado recente, este Inter de Roger já jogou muito mais do que o Grêmio de Mano. A questão é que faz tempo que a defesa colorada vaza, o ataque já não produz tanto e os resultados vêm como consequência disso. Já o Grêmio não apresenta uma grande atuação há muito tempo, nem viveu fase minimamente tranquila com o atual comandante. A diferença está na ilusão.
O elenco de Roger perdeu seu principal jogador (ainda há esperança de que Fernando retorne neste ano?), além de Wesley e Enner. As soluções, se existirem, já estão no grupo montado há mais tempo, sem grandes reposições.
No plantel de Mano, ainda cheio de defeitos e desfalques, chegaram jogadores interessantes. Arthur e Noriega estrearam bem e, ainda que tardiamente, Cuéllar apareceu como peça importante no meio-campo. No ataque, Braithwaite deixa de ser opção — não vinha bem — e o clássico 448 deve marcar a escalação de Willian e Carlos Vinícius, o que também gera expectativa positiva.
Talvez essa esperança gremista não se confirme, ou só dê resultados mais adiante. Também é possível que Roger reencontre o bom futebol que já apresentou no Inter, vença o jogo e arranque para uma boa fase. Difícil. Sem tanta coisa para se apegar neste momento, acredito que o favoritismo tricolor esteja apenas na esperança de um futuro melhor. E só.