
O movimento para anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e pelo perdão ao ex-presidente Jair Bolsonaro deve ganhar reforço de peso nos próximos dias: o do setor empresarial.
Comitiva de mais de uma centena de representantes dos exportadores taxados por Trump retorna ao Brasil com o recado de que o lugar certo para fazer lobby é Brasília e não Washington.
A missão não colheu os resultados esperados, nem obteve a ampliação da lista de 700 produtos isentos da sobretaxa, que tem caráter político.
No seu retorno ao país, a cúpula do setor produtivo encontrará em franco progresso as negociações para levar à votação o projeto de anistia logo após o veredito do STF, previsto para a sexta-feira, dia 12.
A solução política não tem garantia de sucesso, já que, se aprovada, a anistia teria de passar pela sanção de Lula e ainda pelo aval do Supremo, que pode declarar inconstitucional o perdão a crimes contra a democracia.
Mas são riscos que o setor produtivo estuda enfrentar, em nome da recuperação das atividades de exportação em parâmetros tidos como “razoáveis”.
O apoio está calcado na ideia de que a saída política é o remédio certo para a sanção de caráter também político. E colabora para a pacificação das relações internas e externas do país.
O projeto, no entanto, manteria a inelegibilidade de Bolsonaro, declarada pela Justiça Eleitoral, livrando-o apenas das sanções penais.
Bom para ambos os lados
A fórmula acomoda com perfeição as pretensões eleitorais de governadores pré-candidatos e até do presidente Lula, uma vez que mantém Bolsonaro fora da disputa — seria o preço a ser pago pelo ex-presidente para se ver livre de anos de prisão.
As conversas sobre um acordão ao qual indústria e agricultura avaliam aderir ainda se dão de forma reservada para não afrontar a autoridade do Supremo, e explicam a frieza com que as etapas do julgamento vêm sendo recebidas.
O resultado dado como irreversível e inapelável estimula a busca por uma solução pragmática que evite a um só tempo o cumprimento da pena e potenciais novas sanções do governo americano.
Fonte: R7