
Durante os depoimentos das testemunhas dos núcleos 2, 3 e 4 da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, reafirmou que o ex-presidente editou a chamada minuta do golpe para tentar interferir nas eleições de 2022.
Segundo Mauro Cid, Bolsonaro fez alterações no documento. O militar também disse que Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais, seria um dos autores da minuta e estava presente quando Bolsonaro apresentou o texto com os “considerandos” aos comandantes das Forças Armadas.
“Esse documento basicamente era composto de duas partes. A primeira parte é nos considerandos, já foi discutida à beça sobre isso aí, e uma segunda parte é um artigo de ações e determinações que deveriam ser tomadas”, disse Cid.
“Os considerandos eram possíveis interferências que o TSE e o STF fizeram durante o governo Bolsonaro e período eleitoral. Esse documento em si, propriamente dito, ele basicamente era composto de prisão de autoridades e decretação de novas eleições e algumas medidas relacionadas a ações em torno disso aí”, afirmou o militar.
Depoimentos
Mais cedo nesta segunda, o analista de inteligência Clebson Ferreira de Paula Vieira, que atuou no Ministério da Justiça durante o governo Jair Bolsonaro, afirmou em depoimento que recebeu ordens para produzir análises eleitorais com viés político.
Segundo ele, foi solicitado que cruzasse dados de votação do segundo turno das eleições de 2022 com territórios supostamente dominados por facções criminosas, em especial o Comando Vermelho.
Ainda nesta segunda, também prestaram depoimento Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, e Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário de Uberlândia (MG) que teria colaborado na elaboração do estudo usado pelo PL para contestar a segurança das urnas eletrônicas.
As oitivas seguirão até 21 de julho e podem ser acompanhadas pela imprensa na sala de sessões da Primeira Turma do STF.
Fonte: R7