
Educadores reivindicaram mais segurança e melhores condições de trabalho na manhã desta terça-feira na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Morro da Cruz, na zona Leste de Porto Alegre. Por volta das 7h50min, horário de entrada dos estudantes, panfletos foram distribuídos e houve um pedido simbólico de paz. O ato ocorreu uma semana após a vice-diretora ter sido agredida por uma aluna e sua mãe.
Outra mobilização semelhante ocorrerá no início da tarde, às 12h40min, durante a saída dos alunos. Participam da iniciativa os servidores da escola, sendo parte destes da Associação dos Trabalhadores/as em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa).
De acordo com a professora Ludmilla Alves Fagundes, mesmo depois de uma reunião com a Secretaria Municipal de Educação (Smed), em 14 de agosto, as medidas de segurança continuam precárias. As reivindicações dos educadores incluem: empenho da Smed na transferência da aluna envolvida em agressões, envio de professores volantes para suprir afastamentos e licenças e segurança permanente na entrada da escola.
Também dizem que o déficit de professores segue sem reposição, obrigando equipes pedagógicas e de orientação a assumirem turmas. Além disso, alegam que as agressões contra a vice-diretora não foram um episódio isolado e que, graças a casos do tipo, os profissionais estão adoecendo e em tratamento psicológico.
“A Smed não cumpriu os compromissos que tinha assumido. Queremos protocolos de segurança e um plano de ação. Se novas agressões ocorrerem, como devemos proceder?”, questionou Ludmilla Fagundes, que também é uma das coordenadoras da Atempa.
Relembre as agressões contra vice-diretora
O episódio ocorreu no dia 12 de agosto, quando a vice-diretora da Emef Morro da Cruz foi alvo de agressões. Ela teria sido agredida com dois socos no rosto, desferidos pela mãe de uma aluna de 14 anos, além de ter recebido pontapés da jovem.
Guarda Municipal e Brigada Militar atenderam a ocorrência. De acordo com a Polícia Civil, a vítima não quis registrar boletim contra a agressora. O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) também se manifestou sobre o caso.
A adolescente foi suspensa. Nesta terça-feira, ela ainda não havia retornado às aulas.
O que diz a Smed
“Em relação ao ocorrido, a Secretaria Municipal de Educação informa que recebeu a comunicação sobre o fato ao final da tarde de terça-feira, dia 12. Imediatamente, a Diretoria Pedagógica entrou em contato com a servidora envolvida, com o objetivo de prestar todo o suporte necessário.
Pela manhã de quarta-feira, 13, a SMED compareceu à escola com uma equipe de representantes da CIPAVE, da Diretoria Pedagógica e da Diretoria de Gestão de Pessoas. Num primeiro momento, o grupo conversou com a Diretora e a Vice-Diretora, onde foram destacadas questões relacionadas a segurança na escola. E a partir disso já foram feitos encaminhamentos para reorganização do fluxo de entrada da escola.
Num segundo momento a equipe técnica da SMED conversou com o grupo de professores da escola. A CIPAVE vai mediar a situação com a família e acionará o Conselho Tutelar para que atue na demanda. Cabe ressaltar que a demanda urgente por segurança não foi apresentada em nenhum outro momento à SMED, seja pela direção, pelo conselho escolar ou qualquer outro demandante”.
Fonte: Correio do Povo