
Familiares das vítimas e sobreviventes da tragédia da Boate Kiss lamentaram a decisão dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que sinalizaram pela manutenção do dolo eventual pelo crime, mas com redução das penas dos quatro réus.
As penas de Marcelo de Jesus dos Santos, cantor da banda Gurizada Fandangueira e Luciano Bonilha, auxiliar do grupo, reduziram de dezoito para onze anos de prisão. Já as penas dos sócios Elisandro Spohr e de Mauro Hoffmann, caíram de vinte e dois anos e seis meses e 19 anos e 6 meses, respectivamente, para 12 anos de reclusão.
Para o presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, Flávio Silva, o resultado é inaceitável. Ele reforçou que ele e os demais integrantes da Associação cobram por justiça há quase treze anos. Em 27 de janeiro de 2013, data da tragédia, Flávio perdeu a filha, Andrielle Righ, de apenas vinte e dois anos. Ela e mais 241 pessoas morreram no local. O incêndio na boate ainda deixou mais de seiscentas e trinta pessoas feridas.
Na tarde dessa terça-feira, em frente ao Tribunal de Justiça, os familiares utilizaram nariz de palhaço para manifestar a indignação com o resultado. Flávio argumentou que ele e os demais irão recorrer junto às autoridades competentes.
Com o parecer do Tribunal de Justiça, os advogados que representam os quatro réus anunciaram que vão solicitar a progressão de regime para o semiaberto.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul ainda não se manifestou sobre a diminuição da pena, mas informou que uma avaliação será feita para definir se vão recorrer da decisão.