
Um em cada quatro brasileiros deve buscar uma nova moradia em 2025, segundo pesquisa Datafolha. A tendência vai além da intenção declarada e já se manifesta nas pesquisas online. Levantamento da Universal Software, plataforma para gestão imobiliária, identificou mais de 1 milhão de buscas no Google para entender se “é caro morar” em diferentes cidades do país, nos últimos 12 meses. Porto Alegre figura entre os destinos mais consultados, com aluguéis médios inferiores em relação a São Paulo e Brasília.
Com o aumento do aluguel acima da inflação, despesas como alimentação e transporte pesam ainda mais no bolso do consumidor e parecem refletir a busca por novas opções de moradia em diversos destinos no país. Dessa forma, o levantamento buscou compreender quais são as 12 cidades que os brasileiros mais cogitam em se mudar e como é o custo de vida em cada localidade.
De acordo com o levantamento da Universal Software, Florianópolis (SC) concentra o maior número de buscas no Google sobre custo de vida e moradia, com 21.900 pesquisas. O valor médio do aluguel na capital catarinense é de R$ 54,97/m², patamar elevado quando comparado a outras regiões do país. O grande interesse pode estar ligado à qualidade de vida da capital catarinense, suas praias e opções de lazer, mostrando que fatores como bem-estar e ambiente urbano atraente podem superar o peso do custo de moradia. Na segunda posição está Brasília (DF), com 20.200 buscas e aluguel médio de R$ 46,80/m².
ALIMENTAÇÃO
Além do aluguel, o custo de vida também passa pela alimentação. Em agosto, o preço da cesta básica apresentou queda em diversas capitais, segundo pesquisa do Dieese e da Conab. Entre as cidades da lista, os valores mais altos foram registrados em São Paulo (R$ 850,84), Florianópolis (R$ 823,11), Porto Alegre (R$ 811,14) e Rio de Janeiro (R$ 801,34). Já João Pessoa (R$ 648,00), Salvador (R$ 616,23) e Manaus (R$ 674,78) tiveram os preços mais baixos.
Apesar da redução pontual, o acumulado do ano ainda aponta aumento dos custos em algumas localidades, evidenciando que a alimentação continua pressionando o orçamento familiar. O Dieese estima que, para suprir todas as necessidades de uma família de quatro pessoas, o salário mínimo necessário em agosto deveria ter sido de R$ 7.147,91, quase cinco vezes o piso vigente. O levantamento mostra que, mesmo com pequenas retrações, o custo da alimentação nas grandes cidades brasileiras permanece elevado, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.
O transporte é outro item que pesa no orçamento. O preço médio nacional da gasolina em meados de setembro estava em R$ 6,17, e o diesel, em R$ 6,06, encarecendo deslocamentos entre bairros e cidades. Já o transporte público apresentou variações significativas nas capitais no início de 2025. Florianópolis registrou a passagem mais cara (R$ 6,90 para pagamento em dinheiro ou QR Code), seguida por Belo Horizonte (R$ 5,75) e Salvador (R$ 5,60). As tarifas mais baixas foram observadas em Recife (R$ 4,28), Manaus (R$ 4,50) e Rio de Janeiro (R$ 4,70).