
A semana marca a realização da última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). As atenções vão se concentrar em duas questões: a manutenção da taxa de juros em 15%, a mais alta em quase duas décadas e fazendo com que a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas tenha fechado novembro em 46,3% ao ano, o maior patamar desde julho de 2017, quando estava em 46,5% ao ano.
Outro fator de atenção é a composição do Copom. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve enviar ao Senado apenas em 2026 duas novas indicações para a diretoria do Banco Central, o que fará com que a esperada reunião de política monetária de janeiro tenha um quorum inédito de sete dos nove membros do colegiado indicados pelo atual governo.
Os mandatos dos últimos dois diretores nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro – Diogo Guillen, de Política Econômica, e Renato Gomes, de Organização do Sistema Financeiro – terminam no fim de dezembro e as novas indicações, que precisam passar pela aprovação do Senado, onde as relações com o governo estão tensionadas, ainda não foram formalizadas.
A expectativa é sobre a possibilidade, com a nova composição confirmada, do BC iniciar o aguardado ciclo de cortes na reunião de 27 e 28 de janeiro ou se esperará até março, em meio a sinais crescentes de desaceleração gradual da economia, com a Selic mantida inalterada desde junho em 15%.
O Copom foi criado em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa básica de juros da economia. A criação do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo decisório