O Dia dos Pais deve movimentar R$ 27,13 bilhões no comércio e serviços brasileiro. É o que aponta levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas. De acordo com a pesquisa, 65% dos consumidores pretendem comprar presentes no Dia dos Pais este ano. Na prática, isso significa que aproximadamente 106,3 milhões de pessoas residentes nas capitais devem ir às compras nas próximas semanas, uma redução nominal de 4,6 milhões de compradores em relação a 2024.
De acordo com os entrevistados, 31% pretendem gastar mais que em 2024, 39% o mesmo valor e 18% querem gastar menos. Entre aqueles que pretendem gastar mais, 58% desejam comprar presentes melhores, 36% querem comprar mais presentes e 34% citam o aumento de preços. Já entre aqueles que pretendem gastar menos, 49% querem economizar (crescimento de 22 pontos percentuais versus 2024), 38% relatam situação financeira difícil, 30% têm dívidas em atraso (aumento de 16 pontos percentuais ) e 20% querem priorizar outras compras.
Seis em cada dez consumidores (62%) acreditam que os produtos estão mais caros este ano, para 32% estão na mesma faixa de preço e 6% estão mais baratos. A pesquisa aponta que o valor médio dos gastos será em torno de R$ 255 ao todo. Os consumidores pretendem comprar, em média, 1,7 presentes.
“A pesquisa mostra uma pequena queda no número de consumidores que irão às compras, reflexo do momento delicado em relação à economia do país. Mesmo com a queda, a data terá uma importante movimentação no comércio. A expectativa é de lojas cheias nos próximos dias em todo o país”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
PRODUTOS
Os consumidores estão atentos aos preços e maioria (78%) pretendem pesquisar para economizar antes de fazer as compras do Dia dos Pais, sendo que a maioria (81%) farão a pesquisa online e 68% em lojas físicas (crescimento de 9 p.p.). A internet também se coloca como fonte de inspiração ou ideia de presentes, principalmente Google (33%), sites e apps (30%) e Instagram (26%). A pesquisa também aponta os meios de comunicação que mais influenciam as compras: vitrines ou exposição de produtos (36%), buscadores de informações (32%), anúncios e/ou publicações no Instagram (31%) e indicação de amigos / parentes (28%).
Assim como no ano passado, as roupas correspondem à maior parte das intenções de compra para a data (44%), seguidas de perfumes e cosméticos (34%), calçados (31%) e acessórios (18%), como meias, cinto, óculos, carteira e relógio. A grande maioria dos consumidores (76%) pretende pagar o presente à vista, principalmente no PIX (46%), um aumento de 8 pontos percentuais frente a 2024, e no cartão de débito (18%). Por outro lado, 39% têm intenção de pagar parcelado, com destaque para o cartão de crédito (30%). Em média, serão feitas 3,4 prestações.
O levantamento aponta ainda que 79% pretendem pagar o(s) presente(s) sozinhos, enquanto 16% desejam dividir, principalmente com irmãos/irmãs (40%), com o cônjuge (34%) e com os filhos (21%). Entre os que querem dividir o pagamento do(s) presente(s), os principais motivos citados foram: uma forma de reduzir os gastos (27%) e dar um presente melhor / mais caro (27%). Entre os entrevistados, 57% querem presentear o próprio pai, 19% o esposo, 11% o sogro e 10% o pai dos filhos.
LOJAS FÍSICAS
A maioria dos entrevistados (76%) pretende realizar suas compras nos canais físicos, principalmente em shoppings centers (31%), lojas de departamento (18%) e shopping populares (15%). Mas 43% pretendem comprar pela internet, sobretudo aplicativos (70%), sites (65%) e Instagram (19%). Entre aqueles que farão as compras em sites e lojas online, 55% utilizarão os sites varejistas internacionais, 45% sites de compra e venda de produtos novos ou usados e 37% sites de lojas de departamento.
De acordo com os entrevistados, os principais motivos para comprar os presentes em sites de varejistas internacionais são: preço baixo (69%), maior variedade de produtos (58%), e qualidade dos produtos (40%). Quando se trata dos fatores que influenciam no local de compra: 49% destacam o preço, 40% a qualidade, 37% frete grátis e 33% as promoções e descontos. O principal local de comemoração da data será na própria casa (37%), seguido pela casa do pai (32%).
A vontade de retribuir o carinho e o esforço do pai (37%), considerar que o presente é um gesto importante (30%) e ter o costume de presentear pessoas queridas (25%) são os principais motivos apontados pelos entrevistados que irão comprar presentes no Dia dos Pais. O problema surge quando a vontade de demonstrar gratidão se sobrepõe à responsabilidade sobre as finanças pessoais: 24% dos entrevistados admitem que costumam gastar mais do que podem com os presentes de Dia dos Pais e 13% pretendem deixar de pagar alguma conta para realizar a compra. Além disso, 35% dos que pretendem presentear estão atualmente com o pagamento de alguma conta em atraso, sendo que 74% destes também estão com o nome negativado, um aumento de 9 pontos percentuais em comparação com o ano passado.
“Os dados indicam que o desejo de presentear supera o planejamento financeiro, agravando situações de endividamento e inadimplência. Essa realidade reforça a importância de ações de educação financeira e estímulo a formas de presentear compatíveis com a realidade financeira de cada consumidor, para que o gesto de amor não se transforme em fonte de preocupações prolongadas”, alerta a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges.
