
Entre os itens presenteáveis para o Dia dos Pais disponíveis no IPCA, e mensurados na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), a variação de preços no acumulado em 12 meses até junho foi de 0,40% em bermudas e shorts masculinos, 0,68% nos agasalhos masculinos, 2,59% em sapatos masculinos, 4,23% nos preços das calças compridas masculinas e 4,40% no preço dos tênis – todas abaixo da inflação média da RMPA do período. Por outro lado, o IPCA indica variação de 5,68% no preço das camisas/camisetas masculinas, 8,41% no preço de sandálias/chinelos, 7,24% no preço dos relógios de pulso e 8,79% no preço dos perfumes.
É o que revela a avaliação econômica sobre o Dia dos Pais, realizada pela Fecomércio-RS e divulgada nesta segunda-feira, 28. Diferentemente do ano passado, quando havia um forte impulso contextual para o aumento das vendas no varejo gaúcho, o movimento esperado para as vendas do Dia dos Pais neste ano deve ter um desempenho contido na comparação a 2024.
“O Dia dos Pais foi a primeira data realizada no ano passado em contexto de menos anormalidade em função das enchentes. A injeção expressiva de renda na economia gaúcha e o impulso da reconstrução resultaram em crescimentos expressivos das vendas do varejo à época. Nesse ano, por mais que tenhamos um quadro positivo e melhor que o ano passado do mercado de trabalho, não teremos o mesmo impulso. O movimento, que será importante para o Varejo, deve resultar, em relação às vendas de 2024, em elevação modesta e heterogênea entre segmentos”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
COMPARAÇÃO
Mesmo com uma base de comparação bastante elevada em função do contexto pós-tragédia, a avaliação destaca o efeito positivo sobre a capacidade de consumo das famílias do quadro mais positivo do mercado de trabalho em relação ao ano passado – seja pelos dados do emprego formal (Novo Caged), com criação de 73.861 novos vínculos nos primeiros cinco meses do ano, seja pelos dados do mercado de trabalho como um todo (Pnad), com queda na taxa de desocupação de 5,8% no 1º trimestre de 2024 para 5,3% em igual período deste ano e aumento na massa real de salários em 9,1%. A análise também pontua a inflação menor na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) do que na média do Brasil nos últimos 12 meses até jun/25 (4,85% na RMPA e 5,35% no Brasil).
INADIMPLÊNCIA
A avaliação aponta, ainda, que as condições de endividamento e inadimplência apresentaram melhora ante 2024 – conforme indicam os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). Em junho de 2024, a PEIC apontava para 89,2% das famílias endividadas no RS, com 34,2% em situação de inadimplência. Em junho deste ano, a PEIC indica 84,4% das famílias endividadas e 25,8% como inadimplentes. Vale destacar, porém, que quando se avalia o volume de crédito em situação de inadimplência, houve um aumento significativo no último ano: em maio de 2024, a inadimplência era de 2,61%, já em maio de 2025 foi para 3,36%.
Ainda, em relação a confiança das famílias, pondera-se como aspecto negativo ao desempenho das vendas o recuo no índice de Intenção de Consumo das Famílias (53,3 pontos em jun/25 contra 59,7 em jun/24) e a taxa de juros mais elevada (15,0% ao ano versus 10,5% ao abo, em jun/24).