
A atuação do ciclone extratropical no Rio Grande do Sul provocou estragos nos primeiros dois dias da semana. Os danos se concentraram em 12 cidades, mas principalmente naquelas que ficam na Serra: Flores da Cunha e Nova Pádua.
Em Flores da Cunha, a Defesa Civil foi mobilizada depois de 60 casas registraram destelhamentos. O temporal atingiu em cheio uma localidade conhecida como Travessão Alfredo Chaves, levantando telhados de residências, comércios e de uma capela.
O evento climático causou danos em estufas, derrubou mais de 20 parreirais e impactou o refeitório de uma escola e o hospital da cidade. Três vinícolas e outros estabelecimentos também foram atingidos impactando mais de duas mil pessoas.
Por conta do cenário, um gabinete de crise foi instalado na cidade. O prefeito Cesar Ulian comentou que a administração local auxilia moradores. “Estamos oferecendo suporte a todos os moradores atingidos. Não temos informações de feridos e queremos que continue assim, por isso alertamos para as pessoas não se apressarem em colocar lonas ou substituir telhas e que tenham cuidado”, disse em entrevista à Record.
Ulian afirmou que ainda não há como estabelecer o tamanho do prejuízo para a cidade. “Ainda não é possível estimar. Temos parreirais caídos e não conseguimos fazer uma contabilidade dos estragos na agricultura. Estamos com todas as equipes para que a gente possa ter essas informações”, resumiu.
Sem conexão em Nova Pádua
O município de Nova Pádua, na Serra, registrou destelhamentos em cerca de dez residências, além de aviários, queda de árvores em vias públicas e perdas na agricultura. Os números foram atualizados pela Prefeitura na manhã desta terça-feira. Os transtornos foram causados pela passagem de um temporal ao longo da segunda-feira, antes do ciclone extratropical que deve cruzar o Rio Grande do Sul ao longo desta terça.
De acordo com a Prefeitura, choveu 70 milímetros até o momento, e os locais mais atingidos foram Travessão Divisa e Paredes, no interior. Todo o município está sem energia elétrica e Internet, e não houve o registro de feridos. A Prefeitura informou ainda que as equipes locais seguem, ao longo do dia, prestando apoio às famílias afetadas, realizando o levantamento dos prejuízos e trabalhando na desobstrução das vias.
Sem aulas na zona Sul
O prefeito Fernando Marroni suspendeu as aulas de terça e quarta-feira na rede municipal de ensino, por causa do alerta emitido pela Defesa Civil de passagem de ciclone extratropical. Em uma reunião na prefeitura, com todas as lideranças envolvidas na contenção da situação climática, e, conforme o gestor do município, a orientação é focar na prevenção e no cuidado.
“A prevenção sempre é a melhor forma de se proteger. Nós vamos suspender as aulas na terça e quarta-feira para evitar qualquer transtorno no deslocamento das crianças e familiares. Os eventos climáticos podem ser graves então devemos nos cuidar”, afirmou. A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) também decidiu suspender as atividades acadêmicas e administrativas presenciais durante a tarde e a noite desta terça e na manhã de quarta.
O que vem pela frente
Conforme a previsão do tempo da MetSul Meteorologia, o ciclone extratropical avançará para Leste e à noite deverá se posicionar na região da Lagoa dos Patos, no Leste gaúcho.
O ciclone deve alcançar o litoral na quarta-feira, 10, junto à Lagoa dos Patos, quando estará mais intenso. O vento se fortalece já nesta noite, atingindo o pico durante a quarta. A previsão aponta rajadas de 80 km/h a 100 km/h no Sul e no Leste do RS, com potencial de 100 km/h a 120 km/h ou mais na faixa costeira e no entorno da Lagoa dos Patos.
Porto Alegre pode registrar vento de 70 km/h a 90 km/h, com rajadas maiores perto do Guaíba. No “paredão” dos Aparados e da Serra, as rajadas podem chegar a 130 km/h.
Fonte: Correio do Povo