
O comportamento do comércio no Rio Grande do Sul apresentou crescimento acumulado de 4,2% até o final do primeiro semestre do ano. Quando considerado o varejo ampliado, o acúmulo de alta é de 4,5%. O desempenho é melhor do que o varejo nacional, que teve leves altas de 1,8% e 0,5%, respectivamente, no mesmo período acumulado. No entanto, quando observado o desempenho comparativo com o mês anterior, de maio, é verificada uma desaceleração no ritmo das compras do consumidor gaúcho. Houve redução de -0,5% no comércio varejista e de -1,9% no varejo ampliado.
Os dados fazem parte do Panorama do Comércio RS, da Federação Varejista do RS, que aponta desempenho desacelerado em junho também nos setores de Serviços, com queda de -8,5% em junho – ainda assim, levemente superior aos -10,4% de maio – e variação de 2,9% na Indústria, inferior aos 4,1% em maio. Conforme o Panorama, especialmente a partir das sobretaxas impostas pelos Estados Unidos, há muitas dúvidas sobre a saúde econômica do país em relação aos próximos meses. Ainda assim, o mercado de trabalho, conforme dados do Caged, voltou a apontar alta, depois de leve queda em maio. Ao todo, o Rio Grande do Sul teve saldo positivo de 2.443 vagas no mês. Somente no Comércio, o saldo foi de 642 vagas positivas, tendo registrado 33.125 admissões.
REDUÇÃO
Quando analisado o desempenho de cada segmento do varejo gaúcho, no comparativo com o desempenho de junho do ano passado, o Panorama começa a demonstrar a natural redução no ritmo das compras em móveis e eletrodomésticos (-5,5%) e principalmente materiais de escritório (-13,1%), que foram os primeiros setores a registrarem alta no comércio no mês logo após a cheia de 2024. O segmento de materiais de construção, no entanto, ainda registrou alta em junho deste ano, de 7,1%, superior aos 2,7% registrados nacionalmente. A maior alta no comparativo foi no segmento de tecidos, vestuários e calçados, com 10,3% de variação. Quase o dobro do índice no Brasil.
Seguindo a tendência verificada no mês anterior, os segmentos de hipermercados e supermercados (4,8%) e de atacadista de alimentos e bebidas (5,1%) tiveram variações positivas menores do que em todo o último ano e nos primeiros meses de 2025. Com IPCA acumulado até julho de 3,59% em Porto Alegre, superior aos 3,26% no Brasil, os alimentos e bebidas são os produtos que mais pesam nas compras dos gaúchos, representando 21,57% dos custos, à frente dos transportes, que representam 20,53%.