
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou no final da tarde desta quarta-feira, 17, pela manutenção da taxa de juros em 15%, a mais alta desde julho de 2006, ou quase 20 anos. Está é a segunda reunião que os diretores do comitê escolhem pela manutenção do indicador. O Copom justificou com instabilidades no ambiente externo e com inflação ainda acima da meta no Brasil. Em seu comunicado, o comitê reconhece que a atividade econômica esfriou, mas o mercado de trabalho continua dinâmico, transformando o cenário em inflacionário. A incerteza da política econômica nos EUA foi outro ponto destacado.
“Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue apresentando, conforme esperado, certa moderação no crescimento, mas o mercado de trabalho ainda mostra dinamismo. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação”, afirmou.
Além de Gabriel Galípolo, presidente do BC, votaram os diretores: Nilton David (política monetária), Ailton de Aquino Santos (fiscalização), Izabela Correa (relacionamento institucional, cidadania e supervisão de conduta), Diogo Abry Guillen (política econômica), Gilneu Vivan (regulação); Paulo Picchetti (assuntos internacionais e gestão de riscos corporativos), Renato Dias de Brito Gomes (organização do sistema financeiro) e Rodrigo Alves Teixeira (administração).
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o Federal Reserve anunciou mais cedo a decisão de reduzir as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual para a faixa de 4% a 4,25% ao ano, em linha com as expectativas do mercado financeiro, sob dúvidas a respeito do impacto do tarifaço na inflação. O único voto contrário foi de Stephen Miran, indicado pelo presidente Donald Trump, que defendeu reduzir os juros em 0,5 ponto, para o intervalo de 3,75% a 4% ao ano. Esse foi o primeiro corte de juros nos EUA em nove meses. A última redução havia ocorrido em 18 de dezembro, quando a taxa passou a ser de 4,25% a 4,50% ao ano. Desde então, foram cinco reuniões consecutivas sem alteração.