
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou nesta sexta-feira, 7, em Porto Alegre, a liberação de R$ 67 milhões para apoiar o escoamento e a comercialização de até 250 mil toneladas de trigo da safra 2024/25, medida que contempla os Rio Grande do Sul e Paraná.
A medida beneficia produtores rurais e cooperativas, que enfrentam a desvalorização do preço do trigo no mercado – a última medição da Conab apontava valor bem abaixo do mínimo, o que motivou a medida, esperada pelo setor. O objetivo é estimular a cadeia produtiva e assegurar renda aos agricultores por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
“Neste momento o preço mínimo está R$ 78,51 e o preço médio no mercado está R$ 58,1. Estamos com uma diferença de R$ 20,40 entre o preço mínimo estabelecido e o que está sendo pago para o agricultor”, descreveu o momento o presidente da Conab, Edegar Pretto. “E é nesta hora que um governo responsável precisa agir. E é o que nós estamos fazendo aqui”, justificou Pretto, ao lado de outros dirigentes relacionados ao trigo, como Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) e Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).
“Diante do cenário de queda nos preços de mercado, decidimos garantir o escoamento de até 148 mil toneladas do Rio Grande do Sul e 102 mil do Paraná, os principais estados produtores de trigo no Brasil”, justificou Pretto. “Para nós, é fundamental que o produtor continue plantando, e essas ações de escoamento da safra de trigo asseguram renda ao agricultor e o abastecimento do mercado interno”.
PEP e Pepro
A subvenção será executada por meio de leilões públicos, preferencialmente, com o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), mecanismo que pode ser acionado quando o preço de mercado de um produto agrícola fica abaixo do Preço Mínimo fixado pelo Governo Federal. Outra opção é o Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), que também pode ser acionado caso o preço caia abaixo do mínimo. Em ambos os casos, o produto precisa ser escoado para fora dos estados produtores para enxugar os mercados locais.
O Rio Grande do Sul é o principal produtor do cereal, com área neste ano de 1,16 milhão de hectares, queda de 13,7% em relação à safra anterior. E a produção está estimada em 3,7 milhões de toneladas, recuo de 6,3%. A colheita atualmente está em 40% da área total. Já no Paraná, o segundo maior, teve área de 824 mil de hectares, redução de 28,1% em comparação com o ciclo anterior, a produção está prevista em 2,5 milhões de toneladas, aumento de 5,9%.
Fonte: Correio do Povo