
Com a cheia do rio Jacuí e diversos bairros afetados por conta dos alagamentos, a prefeitura de Eldorado do Sul decretou situação de emergência e estado de calamidade pública no município. O decreto foi promulgado na última sexta-feira, dia 20, devido aos alagamentos provocados pelas fortes chuvas dos últimos dias, comprometendo a infraestrutura urbana e rural e causando danos à população. Ainda,
considerando que rio Jacuí segue subindo na faixa central do estado com a chegada da vazão das nascentes por conta do volume de água das chuvas dos últimos dias.
O decreto autoriza a mobilização dos órgãos municipais para atuarem com ações de resposta ao desastre, reabilitação do cenário e reconstrução. O decreto ainda não está incluso na lista de municípios no boletim do Governo do Estado.
De acordo com o relatório preliminar de ocorrência do município, já são 902 pessoas desalojados e 290 desabrigadas, essas acolhidas no abrigo Eliseu Quinhones. Há também dois abrigos para pets, com mais de 200 animais domésticos.
Segundo a Defesa Civil, bairros como Cidade Verde, Chácara, Vila da Paz e Picada são os mais afetados. Na rua do Retorno, bairro Picada, o morador Bernardo Santana relata que a água começou a entrar pelo banheiro e pela frente da casa. Levantou alguns móveis, foi passar um café e, junto com sua irmã e dois sobrinhos, ficou no carro, cuidando a casa. “A gente não quer sair, senão vão roubar o que ficou”, diz.
A família pretende ficar no carro vigiando a casa até as águas baixarem, pois não querem perder novamente tudo que conquistaram após a enchente de maio. “Achei que a água ia baixar, mas acordamos com a água nos pés”, relata. Na rua, há seis famílias, que já foram embora.
No Chácara, Leonardo Garcia Nunes, morador da avenida Nestor Jardim Filho, relata que sua mãe, que mora mais nos fundos da rua, já saiu de casa, e falta 20 centímetros para a água alcançar a sua. Mas pretende ficar na casa. “De lá a gente não sai, por causa do roubo, e já estamos acostumados com as enchentes, conforme a água vai subindo, vamos levantando as coisas”, diz.
Fonte: Leticia Pasuch/Correio do Povo