
Municípios das regiões Central e Centro-Sul do Rio Grande do Sul, além do Vale do Rio Pardo, continuam contabilizando danos por conta das chuvas que atingiram o Estado nos últimos dias. Caçapava do Sul decretou situação de emergência nesta segunda-feira em áreas urbanas e rurais que foram afetadas pelo evento extremo, autorizando a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem nas ações de resposta ao desastre, para reabilitação e reconstrução.
São pelo menos cinco regiões da zona rural do município que a prefeitura está trabalhando para retomar os acessos, que neste momento estão inviáveis por danos em cabeceira de pontes: Santa Bárbara, Lanceiro, Bom Jardim, Salso e Pontas do Santa Bárbara. São cinco equipes voltadas à zona rural e três na zona urbana: nas regiões Norte, Sul e Leste. Segundo o órgão, os acessos devem ser liberados até esta terça-feira. De acordo com a Defesa Civil, não há mais pessoas desabrigadas ou desalojadas, e as que haviam saído de casa já retornaram.
Em Cachoeira do Sul, também região Central, a Defesa Civil afirmou que o rio Jacuí está com nível de alerta de 22,25 metros, conforme última medição nesta segunda-feira. A cota de alerta é de 21,5 metros. De acordo com a Defesa Civil, até o momento nenhuma família precisou ser removida de casa, e o órgão está realizando monitoramento constante. A BR 153, que teve bloqueio total no dia 23, já foi liberada, e não há mais pontos de bloqueios na rodovia.
Em Santa Maria, na mesma região, uma ocorrência foi registrada no Distrito de Passo do Verde, com alagamento no rio Vacacaí, às margens da BR 392. São 21 famílias desalojadas até o momento, de acordo com a Defesa Civil, que afirmou estar em contato e em monitoramento dos moradores.
Em Cristal, na região Centro-Sul do Estado, foram contabilizadas 12 pessoas desabrigadas e 316 desalojadas. Pelo menos 1.600 pessoas foram afetadas com as chuvas no município. “Estamos com o apoio da Marinha na transposição de pessoas com barcos”, afirmou Juliano Guerreiro, coordenador adjunto da Defesa Civil de Cristal.
As estradas com acesso ao 4º Distrito foram interrompidas pelas águas do Arroio Ceríaco. Foram registrados 180mm de chuva, e precipitações de até 220mm em algumas localidades da zona rural. O arroio é monitorado de acordo com o nível do rio Camaquã que, no domingo, atingiu 7,67 metros, e nesta segunda-feira estava em 7,40 metros. O nível de alerta é de 5 metros, e com 6,20 metros, já começa a atingir algumas residências.
Cristal tem 12 pessoas desabrigadas e 316 pessoas desalojadas Cristal tem 12 pessoas desabrigadas e 316 pessoas desalojadas | Foto: Sargento Vagner / Defesa Civil do RS / Divulgação / CP
Em Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo, pelo menos cinco pontes permanecem com acessos interrompidos: da Estefânia, da Estrada do Sem, do Marinheiro, do Passo da Cria e do Assentamento Padre Réu. O município ainda registra 10 desalojados, e nenhum desabrigado. No sábado, foram reportados danos em pontes e bueiros, vias urbanas e rurais alagadas, e na sexta-feira foram registrados destelhamentos de residências e alagamentos devido ao transbordamento de uma sanga.
Órgãos mobilizados para recuperação
Na manhã desta segunda-feira, foi realizada uma reunião com gestores das secretarias de Agropecuária, Transportes e Obras do município, com o objetivo de tratar futuras ações e planos de recuperação para enfrentamento dos impactos causados pelas chuvas. Nas últimas 48 horas, a equipe da 1ª Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil – Metropolitana (1ª Crepdec) esteve mobilizada no terreno com municípios que foram afetados pelas fortes chuvas da última semana.
O efetivo realizou assessoramento direto às coordenadorias municipais de Proteção e Defesa Civil da região da Costa Doce, em Arambaré, Barra do Ribeiro, Camaquã, Cerro Grande do Sul, Chuvisca, Cristal e Dom Feliciano. Os gestores municipais foram orientados sobre os protocolos de preenchimento dos documentos do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres e já apresentaram suas demandas em relação a itens de ajuda humanitária, como alimentos, água, kits de higiene e limpeza e roupas.
Fonte: Correio do Povo