
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira, 5, que o Brasil pode precisar da energia nuclear para defesa da soberania nacional no futuro. Silveira participou no Rio de Janeiro da cerimônia de posse dos novos diretores da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Artur Watt Neto, e da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), Alessandro Facure Soares.
Durante seu discurso, o ministro destacou o processo de transição energética do país. Ele defendeu o fortalecimento da cadeia nuclear brasileira e citou que o país tem “uma das maiores reservas de urânio”, além de “tecnologia e profissionais altamente qualificados”.
Silveira defendeu o uso da tecnologia nuclear para fins de geração de energia e utilização na medicina. Mas ponderou que, diante do atual cenário internacional, o Brasil precisa desenvolver tecnologia nuclear também para fins de defesa da soberania nacional.
“Quero aqui ressaltar, mesmo que isso seja polêmico, que nós estamos vendo e vivendo arroubos internacionais muito graves no mundo, em especial nos últimos tempos”, afirmou. “Mas se o mundo continuar como está, um país que é gigante pela própria natureza, que tem 11% da água doce do planeta, que tem clima tropical, solo fértil e tantas riquezas minerais, é importante que a gente continue e leve muito a sério a questão nuclear no Brasil, porque no futuro nós vamos precisar da nuclear também, para defesa nacional, garantindo nossa soberania.”
O ministro citou o presidente Lula, afirmando que o país tem hoje um líder “corajoso, que dialoga com o mundo e compreende a importância da soberania”, mas afirmou que, no futuro, “vamos precisar também de outros instrumentos”.
Gás para Todos
No discurso, o ministro defendeu o programa Gás do Povo, lançado pelo governo federal na véspera. Silveira destacou os impactos da migração para o gás de cozinha na saúde e citou casos de queimaduras e problemas respiratórios nas famílias que ainda dependem de lenha ou álcool para o preparo dos alimentos.
“Que menos crianças – ou se possível, nenhuma criança – sejam queimadas nos rincões do Brasil onde ainda se cozinha com álcool. Que as pessoas que chegam aos hospitais com problemas respiratórios, exatamente por falta da inclusão energética no gás de cozinha, deixem de ter esse problema.”
Fonte: Correio do Povo