
Uma pesquisa inédita, encomendada pela BrasilTEC – Associação Fórum Nacional das Mantenedoras de Instituições de Educação Profissional e Tecnológica e realizada pela AtlasIntel, revelou que 83,8% da população brasileira acredita que o governo federal deve oferecer cursos técnicos e profissionalizantes a todos os estudantes da rede pública. O estudo, feito entre os dias 10 e 15 de abril de 2025, com 1.620 entrevistados em todas as regiões do país, confirma uma percepção amplamente compartilhada: a formação técnica é vista como o caminho mais direto para o trabalho, a renda e o empreendedorismo.
No Sul do país, os dados revelam uma realidade ainda mais urgente e promissora. 40,8% dos entrevistados fizeram um curso técnico ou profissionalizante, enquanto 24,8% gostariam de fazer. Entre os que conhecem essa modalidade de ensino, 70.6% afirmam que a indicariam a um amigo ou familiar, o que demonstra uma forte aprovação.
Os principais objetivos apontados para buscar esse tipo de formação são: atualizar o conhecimento na área em que já atuam (28,0%), conseguir um emprego (45,5%), empreender ou abrir o próprio negócio (40,1%) e mudar de área de atuação (29,2%). Manuela Zanon, gestora do Grau Educacional em Porto Alegre, reforça que muitos jovens buscam a formação técnica como porta de entrada no mercado de trabalho.
“A formação técnica tem se mostrado uma alternativa prática e eficaz. Os cursos são mais rápidos e, ao mesmo tempo, altamente alinhados com as exigências das empresas da região. Oferecer acesso gratuito a esse tipo de qualificação é uma estratégia fundamental para impulsionar o desenvolvimento social e econômico do país”, afirma.
Apesar da alta demanda e reconhecimento dos benefícios, a falta de recursos financeiros é a principal razão apontada por quem ainda não fez um curso técnico ou profissionalizante no Sul (51,5%). As áreas de maior interesse na região Sul são saúde, estética e bem-estar (31,8%) e tecnologia e computação (38,6%). Além disso, 71,4% dos entrevistados do sul acreditam que o ensino técnico traz grandes benefícios para o desenvolvimento do país, enquanto 66,7% afirmam que o governo não investe o suficiente.
“A pesquisa reforça o que já percebemos nas salas de aula e nas empresas: o ensino técnico e o livre são importantes, desejados e têm impacto direto na vida das pessoas e na economia. O setor privado pode e deve ser parte da solução. Estamos prontos para contribuir”, afirma Cleonice Rehem, presidente da BrasilTEC.
A percepção popular se soma à preocupação do setor produtivo. Segundo a ManpowerGroup, 81% das empresas no Brasil enfrentam dificuldades para preencher vagas de nível técnico por falta de profissionais qualificados. A formação técnica aparece como resposta direta ao apagão de mão de obra que ameaça a competitividade nacional.