
A maioria dos lojistas da capital (52%) venderam mais ou o mesmo que em 2024 na Black Friday, enquanto 48% registraram queda. É o que revela uma pesquisa feita pelo Sindilojas Porto Alegre com empresários do setor, que apontaram um ticket médio foi de R$ 1.083,00 nas compras.
Nos meios de pagamento, o parcelado no cartão de crédito continua liderando, mas caiu de 74% para 59%. Débito (15%) e Pix (13%) ganharam espaço. A sexta-feira, que este ano caiu no dia 28 de novembro, permaneceu como o principal dia de vendas (65,8%).
Houve maior antecipação das promoções: 42,1% iniciaram já na primeira quinzena de novembro. No digital, o WhatsApp se tornou o principal canal de vendas, utilizado por 51,7% das lojas — um salto frente aos 24% de 2024. As vendas multicanais caíram de 75% para 56%.
Para 71% dos empresários, a Black Friday não prejudica as vendas de Natal. Entre os itens mais vendidos estão eletrodomésticos (máquina de lavar e refrigerador), vestuário (camiseta e blusa) e móveis (sofá e jogo de cama).
COMPRAS DIGITAIS
Igualmente, a análise dos dados revela a captura das vendas pelo e-commerce e marketplaces, que são espaços que capturaram uma fatia importante dos consumidores em 2025. Para as lojas físicas, o atendimento humano e a presença no digital se tornam mais do que diferenciais, mas necessidades para que os lojistas se diferenciem em datas comemorativas.
O presidente do Sindilojas Porto Alegre, Arcione Piva, destaca que os dados refletem um varejo em transformação e fortalecimento dos canais digitais, especialmente o WhatsApp.
Segundo o economista-chefe do Sindilojas POA, Rodrigo de Assis, a Black Friday 2025 confirmou a desaceleração do varejo em Porto Alegre. Enquanto o Rio Grande do Sul mantém bom desempenho, impulsionado pela reconstrução no interior, a capital perdeu ritmo, com menor dinamismo no varejo e nos serviços. Os dados do CAGED mostram saldo fraco de empregos (+372), com queda no comércio (–92) e retração nos serviços.
Na pesquisa do Sindilojas, cresceu o número de lojistas que registraram queda nas vendas, com consumidores priorizando pagamentos à vista e itens essenciais. Apesar do enfraquecimento, o Natal deve ter desempenho melhor: inflação baixa, estabilidade do emprego e pouca antecipação de compras preservam espaço para um fim de ano levemente positivo.