
Às vésperas da Black Friday, a RCELL uma das maiores distribuidoras de tecnologia do Brasil, realizou pelo segundo ano consecutivo uma pesquisa proprietária com grandes varejistas sobre a data de promoções. O levantamento aconteceu no ENTER 2025, entre 16 e 19 de setembro, no Japy Golf Resort Hotel. O evento reuniu mais de 200 participantes, entre clientes, indústria e a RCELL, em uma imersão estratégica para projetar o futuro do comércio inteligente para o próximo quarter. Com palestras, estandes e rodadas de negócios, consolidou-se como um hub de inovação e conexões de alto impacto.
O perfil dos respondentes confirma a representatividade do levantamento, pois 36% são compradores, 32% gestores de compras/categoria e 16% proprietários. Em relação ao porte, 64% representam empresas de médio porte (varejistas regionais e nacionais) e 32% de grande porte, atuando em segmentos como eletrônicos, informática, eletrodomésticos e móveis. A abrangência nacional também se destaca, com maior participação das regiões Sudeste e Nordeste.
Os participantes, relataram que na Black Friday do ano passado, o ticket médio concentrou-se entre R$ 501 e R$ 1.500 (56%), seguido por R$ 1.501 a R$ 2.500 (36%). Para este ano, o otimismo prevalece, com 36% projetando alta superior a 15%. Sobre faturamento, 64% das empresas estimam superar R$ 10 milhões. As categorias mais promissoras são dos eletrodomésticos (36%), smartphones (28%) e eletroeletrônicos (24%). Já a influência do cenário econômico divide opiniões, sendo que 28% acreditam em neutralidade, 24% preveem impacto negativo, 16% positivo e 32% consideram a situação ainda incerta. Mesmo diante deste quadro dividido, a expectativa geral é de expansão.
Os resultados mostram que o varejo está mais estratégico na preparação para a data, pois 48% iniciaram o planejamento dois meses antes e 36% com quatro meses de antecedência. A definição dos produtos em promoção é guiada, sobretudo, pela demanda do consumidor (28%), pelo planejamento estratégico próprio (24%) e planejamento estratégico do distribuidor (20%). Em relação às ofertas, a maioria (72%) pretende aplicar descontos entre 11% e 30%. Na divulgação, os canais digitais lideram: Instagram (88%), websites próprios (80%) e Facebook (68%) aparecem como principais meios de comunicação com o consumidor. Já o Tik Tok Shop, embora iniciado em maio de 2025, apenas 52% pretendem utilizá-lo.
Do ponto de vista do perfil do consumidor, a pesquisa revela que a maioria dos clientes na Black Friday está na faixa de 35 a 50 anos (56%), seguida por 25 a 34 anos (36%), com equilíbrio de gênero em mais da metade dos casos (56%). O levantamento revela que a experiência presencial ainda é a preferida dos consumidores, mas os canais digitais já representam uma fatia de 28%, com destaque para sites próprios e marketplaces. O WhatsApp se consolida como ferramenta de apoio, enquanto as redes sociais aparecem mais como canais de influência do que de compra direta.
O comportamento esperado para 2025 reforça um consumidor cada vez mais criterioso e exigente. 84% dos varejistas acreditam em maior busca por descontos agressivos, 60% apontam comparação intensa de preços e 48% projetam foco em produtos de maior valor agregado. O parcelamento segue como diferencial, com 56% das compras realizadas em 7 a 10 parcelas.
Sobre a experiencia dos clientes, mais de um terço dos respondentes (36%) já mede satisfação por meio de NPS, enquanto 32% utilizam SAC e redes sociais, e outros 32% ainda não adotam ferramentas formais. O feedback, no entanto, é valorizado: 72% dizem utilizá-lo sempre para melhorias. Entre as prioridades, destacam-se comunicação de ofertas (24%), variedade de produtos (24%), agilidade na entrega (20%).
O relacionamento com clientes após a Black Friday é mantido principalmente por WhatsApp (72%), e-mail marketing (68%) e CRM (52%), com ações que se estendem até o Natal em 40% dos casos. Para os próximos anos, os varejistas apontam como tendências mais impactantes o crescimento das vendas via redes sociais (64%), a integração entre loja física e online (56%) e a expansão dos marketplaces (48%).
Na percepção dos varejistas, os consumidores priorizam descontos relâmpago (60%), seguidos por combos de produtos com preço especial (16%) e frete grátis (16%) como diferenciais decisivos. As mudanças de comportamento dos consumidores também chamam atenção, com 68% já percebem maior exigência por prazos de entrega menores e 40% observam um consumo mais racional, baseado em comparação intensa de preços. Isso reforça a necessidade de estratégias cada vez mais ágeis, digitais e orientadas por dados para atender a um público cada vez mais exigente.