
Com a aproximação da Black Friday, cresce o alerta para consumidores e empresas que atuam no comércio eletrônico. Segundo pesquisa apresentada no Fórum Brasileiro de Segurança Pública deste ano, 56 milhões de brasileiros são vítimas de golpes virtuais anualmente, sendo o mais comum o pagamento por produto não entregue — um prejuízo estimado em R$ 13 bilhões por ano. Somadas, as fraudes digitais chegam a R$ 112 bilhões anuais, configurando um dos maiores desafios do ambiente online no país.
Com o aumento do volume de compras durante o período promocional, fraudes associadas ao uso indevido de marcas reconhecidas também se intensificam. Perfis falsos em redes sociais, anúncios enganosos e sites fraudulentos se aproveitam da pressa e do apelo de preços baixos para enganar consumidores. Esse cenário acende um sinal de alerta especialmente para empresas sérias que atuam no e-commerce, que passam a ser alvos de golpes de falsificação de identidade digital e clonagem de páginas.
Para o diretor de Segurança e Operações de TI da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação – regional Rio Grande do Sul (Assespro-RS), André Mazeron, é possível identificar sinais e tornar a experiência online mais segura.“Se a busca para chegar ao produto começa pelas redes sociais é muito importante verificar há quanto tempo existe o perfil, se há postagens recentes e, no caso de dois perfis ou mais da mesma marca, fazer contato por telefone para se certificar que está em contato com a marca” , destaca.
Outro cuidado que deve se ter, conforme o especialista, é em relação às promoções. O consumidor deve estar atento aos preços muito abaixo dos praticados pelo mercado, pois muitas vezes, isso pode ser uma armadilha.
CUIDADOS
Além da atenção dos consumidores, Mazeron reforça que o combate às fraudes virtuais começa dentro das próprias empresas. Segundo ele, a proteção da marca e dos dados deve ser uma prioridade estratégica, especialmente em períodos de grande movimentação digital, como a Black Friday.
“Em um ambiente online cada vez mais competitivo, a segurança se consolida como um pilar estratégico. As empresas que priorizam a proteção do cliente transformam essa confiança em vantagem competitiva, garantindo a resiliência e o sucesso do negócio a longo prazo”, explica o diretor da Assespro-RS.
A blindagem da marca contra riscos digitais e fraudes exige atenção mediante monitoramento interno rigoroso com sistemas de auditoria e rastreabilidade de acessos, garantindo a identificação precoce de comportamentos suspeitos, vazamentos de dados ou uso indevido de recursos corporativos. Além disso, treinamento e capacitação contínua é fundamental.
Mazeron ressalta que os profissionais precisam ser preparados para reconhecer ameaças digitais e agir preventivamente.
“As equipes devem ser capacitadas para identificar perfis falsos, analisar criticamente solicitações suspeitas e detectar sinais de fraude. Quando bem treinados, os colaboradores se tornam a primeira linha de defesa da empresa”, afirma.